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16 artistas mulheres que promovem a luta contra o racismo no Brasil

Celebrando o Dia da Consciência Negra, apresentamos uma lista de artistas mulheres negras brasileiras contemporâneas

por Paula
Mônica Ventura
Luz negra, 2019, de Mônica Ventura

Na década de 1970, quilombolas e ativistas do Rio Grande do Sul passaram a reivindicar a data de morte de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro de 1695, como o Dia da Consciência Negra no Brasil. Em 1978, com o surgimento do Movimento Negro Unificado no país, uma série de ações passam a promover a consciência negra e a luta contra o racismo no país nesta data.

Para comemorarmos o Dia da Consciência Negra, selecionamos uma lista com 16 artistas mulheres negras brasileiras nascidas no fim dos anos 1970 e começo dos anos 1990. Sim, só mulheres! Vem com a gente e se prepara para conhecer (quem ainda não conhece) estas artistas maravilhosas.

biarritzzz é uma artista transmídia que investiga as interações entre o universo da internet, o mundo das imagens e os corpos não hegemônicos. Em seu trabalho remixa cultura pop, videoarte, política de memes, estéticas de videogame e poesia. É expoente do GIF arte, extrapolando as vivências no mundo de imagens epiléticas em movimento, usurpando e subvertendo meios, mídias e gêneros.  Nasceu em Fortaleza no ano de 1994 e vive em Recife. Abaixo, um trecho da “colagem-intervenção com música da Saskia”, de 2020.

Carla Santana é artista e co-fundadora do movimento nacional Trovoa. Sua produção é composta por múltiplas visualidades, que partem da ideia de que toda imagem é texto e de que o corpo é um dispositivo de expressividade. Por meio do desenho, da pintura e da performance e outras linguagens investiga as relações sutis entre o corpo-subjetivo e o corpo-social. Nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1995.

Carla Santana
sem título, 2021, de Carla Santana

Criola é artista e ativista. Em suas obras aborda vivências próprias de uma mulher brasileira afrodiaspórica. Com uma pesquisa voltada para ancestralidade, espiritualidade e natureza, suas pinturas apresentam cores vibrantes e grafismos de matrizes afro-brasileiras. Desde 2012 trabalha com murais de grandes formatos pintados pelas cidades. Nasceu em Belo Horizonte no ano de 1990.

Criola
Criola, 2021

Hariel Revignet apresenta uma produção artística que cruza sua biografia enquanto mulher negra brasileira. Seus trabalhos se manifestam por intersecções entre o social, o ancestral e o espiritual. Como coloca a artista, busco “construir imagens, ativar memórias possíveis, demarcar no inconsciente coletivo territórios originários, esfarelar fronteiras e queimar ervas para curar as feridas coloniais”. Nasceu em Goiânia no ano de 1995.

Hariel Revignet
Hariel Revignet, 2020

Juliana dos Santos  tem uma pesquisa que se dá na intersecção entre arte, história e educação. Realiza trabalhos em vídeo, performance,  fotografia e multimídia e vem investigando a cor azul da flor Clitoria Ternátea como possibilidade de experiência sensível na percepção dos  sentidos. Tem interesse pela maneira como artistas negros se engajam em práticas  abstratas para lidar com os limites da representação. Nasceu em São Paulo no ano de1987.

Juliana dos Santos
Sobre o azul e seus tempos, 2021, de Juliana dos Santos

Kalor é artista, roteirista e realizadora audiovisual. Sua produção é marcada pela difusão de narrativas que ainda invisibilizadas, indo desde a autonomia dos direitos reprodutivos e a maternidade compulsória, até a ancestralidade com atenção a recortes de gênero, raça, classe e território. Trabalhando sobretudo com videoarte, performance e videoinstalação, com atenção à ações pedagógicas populares, a artista problematiza os lugares de poder a partir de seu corpo. Nasceu no Recife no ano de 1990 e desde então mora em Camaragibe, também em Pernambuco.

Kika Carvalho é artista visual e educadora social. Iniciou sua trajetória no grafite, sendo a primeira mulher de destaque a pintar os muros em sua cidade. Com um estudo pictórico que se detém principalmente a cor azul, sua pintura retrata personalidades e pessoas negras. Nasceu em Vitória no ano de 1992.

Kika Carvalho
Let’s talk, 2021, de Kika Carvalho

Laís Amaral apresenta uma pesquisa que compara os contextos das desertificações ambientais ao projeto de embranquecimento do Brasil. Trabalhando principalmente com pintura, suas cores e formas combinam natureza e organização social da vida. Sua produção atua nas dimensões subjetivas e espirituais. Nasceu em São Gonçalo no ano de 1993.

Laís Amaral
Entre dormir e acordar, 2021, de Laís Amaral

Mariana Rocha é artista e professora. Sua produção aborda questões relacionadas ao corpo, à memória e ao feminino, em trabalhos que se encontram nas interseções entre o desenho e a pintura, a performance e a fotografia. Investiga a existência de um mar dentro do próprio corpo, entendendo ambos como universos equiparáveis em suas composições e profundidades abissais. Nasceu em Niterói no ano de 1988.

Mariana Rocha
Da série Pele inquieta, 2020, de Mariana Rocha. Foto por Wallace Domingues

Mônica Ventura realiza uma pesquisa artística focada no universo feminino da mulher negra. Em suas esculturas, instalações, performances e objetos há um interesse especial pela cosmologia e cosmogonia afro-ameríndia para além do uso dos seus objetos, símbolos e rituais. Sua obra está relacionada com histórias de sua vida e ancestralidade. Nasceu em São Paulo no ano de 1985.

Mônica Ventura
De amahã para ontem, 2021, de Mônica Ventura. Proposta poética que enaltece a existência dos ancestrais, inspirada nos festivais dos Egunguns, realizada para exposição no CCSP.

Rebeca Carapiá tem interesse pelas relações produzidas entre a linguagem, o conflito, o corpo e o território. Partindo de  materialidades como o cobre e o ferro, sua obra provoca fissuras nos discursos hegemônicos da arte e da política. Trabalha com esculturas, desenhos, instalações, gravuras, textos e objetos. Nasceu em Salvador no ano de 1988.

Renata Carapiá
Da série Como colocar ar nas palavras, 2019, de Renata Carapiá

Renata Felinto é artista, pesquisadora e educadora. Desenvolve trabalhos que relacionam arte, identidade e gênero, sobretudo a partir de sua própria subjetividade enquanto mulher negra brasileira. Suas pinturas, performances, desenhos, fotografias e instalações reescrevem uma história da arte que diverge da historiografia existente. Nasceu em São Paulo no ano de 1998.

Renata Felinto
Apodrecer no paraíso, 2021, de Renata Felinto

Rubiane Maia se interessa pela fusão entre memória e identidade. Em muitos trabalhos faz uso de narrativas pessoais como dispositivo para suas performances, vídeos, instalações e escritas. Questões que perpassam corpos negros, territórios, traumas e ancestralidades se fazem presentes em sua obra. Nasceu em Caratinga no ano de 1978 e vive em Folkestone no Reino Unido.

Rubiane Maia
Preparação para exercício aéreo, a montanha, 2016, de Rubiane Maia

Tadaskia, antes conhecida como max wíllà morais, é artista, trans e escritora. Sua obra parte de experiências visíveis e invisíveis, que se materializam em desenhos, fotografias, instalações, trabalhos têxteis e aparições. Seus desenhos são feitos muitas vezes com materiais simples, como esmaltes de unha e lápis de cor sobre suportes repartidos e rasgados. Nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1993.

Tadáskia
Aladas, 2020, de Tadáskia

Val Souza trabalha com performance, fotografia, vídeo e instalação. Suas obras utilizam a exploração contínua da autoexposição e da subjetividade numa espécie de jogo entre desejo, voyeurismo e sexualidade. Sua prática artística tem influência pelo estudo da filosofia, dos estudos culturais e de um forte interesse pela história e iconografia das mulheres negras. Nasceu em São Paulo no ano de 1985 e vive entre São Paulo e Salvador.

Val Souza
Nau Frágil, 2018, de Val Souza em parceria com Ahmad Mahmoud, Amara Smith e Victoria Adukwei Bulley

Ventura Profana é cantora, escritora, compositora, performer e artista visual. Sua obra profetiza multiplicação e abundante vida negra, indígena e travesti. Combinando música, performance e vídeo, sua obra investiga as implicações da doutrina neopentecostal no Brasil e no mundo. Filha das entranhas misteriosas da mãe Bahia, nasceu no ano de 1993.

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