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Por onde estão nossos Artistas Aposta?

Descubra como 15 dos nossos Artistas Aposta estão se destacando no cenário contemporâneo, com importantes exposições, prêmios e conquistas

por Diretor

A seção Artista Aposta do ARTEQUEACONTECE, em atuação desde 2017, é dedicada a destacar artistas em ascensão no cenário da arte contemporânea, cujas produções já demonstram grande relevância e consistência, mas que ainda não possuem representação em galerias. Esse espaço editorial promove visibilidade, oferecendo análises críticas detalhadas, ampliando o reconhecimento de suas trajetórias e busca atrair o olhar de galeristas e colecionadores. Com cerca de 80 artistas indicados até o momento, fique atento aos próximos nomes e conheça alguns que já alcançaram grande impacto e importantes realizações.

Cena de The Miracle of Helvetia. Arquivo pessoal do artista

Guerreiro do Divino Amor | indicado em 2018

Guerreiro do Divino Amor (Suíça, 1983) é um artista suíço-brasileiro que constrói seu trabalho a partir de uma mistura de ficção científica e fragmentos da realidade, explorando suas conhecidas “Superficções” – uma série de narrativas que ele define como forças ocultas que moldam territórios e o imaginário coletivo. Ele trabalha com vídeos, publicações, instalações e conferências que questionam estruturas de poder, crenças e narrativas midiáticas, muitas vezes com um toque de humor ácido e surreal.

Entre suas principais exposições individuais estão “Superficcional Sanctuaries” (2022) no Centre d’Art Contemporain de Genebra e “A Cristalização de Brasília” (2019), parte da série Atlas Superficcional Mundial. Ele também participou de exposições em instituições como o Instituto Moreira Salles (2020) e a Pinacoteca de São Paulo (2021).

Guerreiro recebeu a prestigiosa bolsa do DAAD Artists-in-Berlin Program (2021-2022), e atualmente está representando a Suíça na Bienal de Veneza, um dos eventos mais importantes do circuito global de arte contemporânea.

Participou da Gran Bienal Tropical de Porto Rico e da Bienal de Imagem em Movimento (BIM) de Genebra, onde foi finalista do prêmio “Generations”. Seu trabalho está em importantes coleções e já foi exibido em locais como o Museu de Arte do Rio (MAR) e a Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, o Museu de Arte Brasileira (MAB), em São Paulo e o Centro de Arte Contemporânea de Vilnius, na Lituânia​.[

Guerreiro também é membro do coletivo e academia carnavalesca Bunytos de Corpo, que satiriza o culto ao corpo através de performances coletivas nas ruas do Rio de Janeiro.

Gravação da performance Ibirapema no Theatro Municipal de Olinda Tupinambá

Olinda Tupinambá | indicada em 2023

Olinda Tupinambá (Pau Brasil, 1989), também conhecida por seu nome indígena Yawar, é cineasta, jornalista, artista e ambientalista com raízes nas comunidades Tupinambá de Olivença e Pataxó Hãhãhãe. Seu trabalho combina cinema, arte e ativismo, com ênfase nas questões indígenas e ambientais, sendo amplamente reconhecida por seus documentários, performances e projetos curatoriais.

Um dos momentos marcantes de sua trajetória na arte contemporânea foi a participação na exposição “Véxoa: Nós Sabemos” (2020), na Pinacoteca de São Paulo, onde exibiu o filme “Kaapora – O Chamado das Matas”, que combina documentário e ficção com uma estética onírica, refletindo a cosmovisão indígena. Outro destaque foi a videoperformance “Ibirapema”, apresentada no Theatro Municipal de São Paulo, reforçando sua presença no diálogo entre ancestralidade e arte contemporânea.

Atualmente, Olinda está entre os artistas que representam o Brasil na 60ª Bienal de Veneza (2024), com a videoinstalação “Equilíbrio” em cartaz até 24 de novembro. Este é mais um marco significativo em sua carreira, reafirmando sua relevância no cenário internacional. Seu trabalho também está sendo comercializado pela Christal Galeria na ArtRio 2024.

Além disso, a artista tem se destacado como curadora em festivais e eventos audiovisuais, fortalecendo a presença indígena nas artes e no cinema. Sua trajetória tem ganhado cada vez mais reconhecimento, com exibições em festivais e mostras como o Cine Kurumim e o Festival de Cinema Indígena. Ela também recebeu convites para realizar consultorias e oficinas de audiovisual para mulheres indígenas no sul da Bahia​.

Gustavo Caboco, Makunaima conversa com o espírito do caxiri nos pés de batata doce, 2023. Foto Ana Pigosso

Gustavo Caboco | indicado em 2021

Gustavo Caboco (Curitiba, 1989), artista Wapichana – povo indígena que habita o Brasil e a Guiana, em regiões próximas aos rios Branco e Rupununi –, é conhecido por abordar questões relacionadas aos deslocamentos dos corpos indígenas, processos de (re)territorialização e memória. Trabalhando com desenho, pintura, bordado, performance e vídeo, Caboco utiliza a linguagem artística como forma de resgatar e afirmar a identidade indígena em um contexto contemporâneo.

Desde 2023, Caboco é representado pela Galeria Millan. Em sua mais recente individual na galeria, “Manhaba’u: onde toca o invisível” (2024), o artista apresentou pinturas inéditas e propôs um diálogo sobre a terra e a saúde das mulheres indígenas, um tema que ele desenvolve em colaboração com sua mãe, Lucilene Wapichana. Os bordados criados em conjunto simbolizam a conexão entre a saúde do corpo feminino e a do planeta, refletindo as interseções entre tradição e resistência indígena.
Além disso, o artista participou de importantes bienais, como a 34ª Bienal de São Paulo (2021) e a 13ª Bienal do Mercosul (2022), onde ampliou sua pesquisa sobre identidade e territorialidade indígena. Mais recentemente, atuou como um dos curadores do Pavilhão do Brasil na 60ª Bienal de Veneza (2024), ao lado de Arissana Pataxó e Denilson Baniwa. Essa participação consolidou ainda mais sua presença no cenário da arte contemporânea.

Caboco também desenvolveu o projeto Ateliê Lavrado em parceria com o British Museum, investigando a presença de objetos indígenas Wapichana em acervos museológicos. Suas obras foram adquiridas por instituições como o Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná (MusA).

Josi, Penerei fubá, da série: abrigos, 2023 – 2024

Josi | indicada em 2022

A artista mineira Josi (Itamarandiba, 1983), traz consigo a vivacidade da natureza e uma forte conexão com suas raízes no Vale do Jequitinhonha, que se adaptam ao contexto urbano de Belo Horizonte, onde atualmente vive. Tanto nas esculturas quanto nas pinturas, ela constrói narrativas que transitam entre memória, fabulação, pertencimento e a construção coletiva de histórias, fundindo o cotidiano e a ancestralidade. A argila, um material que remete à ancestralidade e ao fazer manual, assim como os pigmentos inesperados como caldo de feijão, criados a partir de sua rotina doméstica, reforça o diálogo entre passado e presente, transformando suas obras em uma síntese sensível das tradições e vivências que a cercam.

Recentemente Josi apresentou duas importantes exposições realizadas pela Mendes Wood DM, sua primeira individual “arrastar chãos, juntar imbigos” (2023), em São Paulo e a segunda individual “grãos de água, gotas de terra”, que estará em cartaz até dia 05 de outubro na sede da galeria em Nova York. Além disso, ela participou da mostra “Ensaios para o Museu das Origens” (2023) no Instituto Tomie Ohtake e foi uma das premiadas no Prêmio PIPA 2022, com uma exposição no Paço Imperial, Rio de Janeiro.

Seu trabalho já foi contemplado no 8º Prêmio de Artes Visuais do Instituto Tomie Ohtake e suas obras têm sido adquiridas por instituições como o Museu de Arte da Pampulha e o Museu da Inconfidência de Ouro Preto.

Karola Braga, Sfumato, 2024. Cortesia Luis Maluf Galeria

Karola Braga | Indicada em 2019

Artista e pesquisadora, Karola Braga (São Caetano do Sul, 1988) faz do olfato a base para criar suas obras. Formada em Artes Plásticas pela FAAP e com mestrado em Poéticas Visuais pela USP, ela transforma fragrâncias em narrativas sensoriais, onde o cheiro se torna protagonista. Sua obra foge do visual tradicional, e o público se vê envolvido em experiências que estimulam a memória e a percepção através de cheiros.

Entre suas principais exposições está  “Inalação” (2023), na Luis Maluf Galeria, que atualmente a representa, onde ela apresentou uma proposta que vai além das experiências tradicionais em mostras de arte. Ao contrário de focar exclusivamente no visual, ela utilizou fragrâncias para despertar memórias e sensações de maneira sutil, criando um ambiente sinestésico que trabalha com o invisível. Em outra exposição importante, a Desert X AlUla (2024), na Arábia Saudita, ela apresentou o projeto “Sfumato”, que utilizou incenso para criar uma espécie de trilha sensorial no deserto, deixando rastros que questionam nossa relação com o tempo e o espaço.

Karola já foi selecionada para residências artísticas de peso, como a Cité Internationale des Arts em Paris, além de receber o Kooshk Artist Residency Award em Teerã. Sua participação em eventos como o Art and Olfaction Awards em Los Angeles também ressalta sua capacidade de transformar o cheiro em uma linguagem artística. Mais do que provocar o público, Karola cria um ambiente onde o que não se vê — mas se sente — toma o centro das atenções.

Fernanda Galvão, Água Viva, 2023. Crédito Filipe Berndt

Fernanda Galvão | indicada em 2019

Fernanda Galvão (São Paulo, 1994) tem se destacado, tanto no Brasil como internacionalmente, com uma trajetória que dialoga com a natureza e a paisagem, além de ser atravessada por influências literárias e cinematográficas, especialmente de ficção científica. Graduada em Artes Visuais pela FAAP, sua prática toma como ponto de partida a relação entre o ambiente natural e suas constantes transformações. Em vez de se limitar à simples representação da paisagem, ela busca revelar as camadas invisíveis e sutis de interação entre o ser humano e a natureza, construindo universos autônomos que flutuam entre o real e o imaginado.

Hoje a artista é representada pela galeria Casa Triângulo e entre suas exposições individuais mais recentes, estão “As colinas murmuravam e sonhavam em cair no mar” (2023), na Casa Triângulo e “Oyster Dream” (2023), apresentada na Foundry Seoul, na Coreia do Sul.

Fernanda também participou de exposições coletivas relevantes, como a “Ópera Citoplasmática” no Museu Oscar Niemeyer (2022) e a mostra “Por muito tempo acreditei ter sonhado que era livre”, no Instituto Tomie Ohtake (2022), que discutia questões de liberdade e imaginário social, além de participar da residência artística Joshua Tree Highlands Art Residency no deserto de Mojave, Califórnia (2023). Atualmente, ela integra a mostra Aberto3 (em cartaz até 06/10), com uma pintura de grande escala exibida na Casa-Ateliê de Tomie Ohtake ao lado de artistas consagrados como Amelia Toledo e Luiz Zerbini.

Yuli Yamagata, Explosão com Amendoim, 2020. Cortesia Fortes D’Aloia & Gabriel

Yuli Yamagata | indicada em 2018

Yuli Yamagata (São Paulo, 1989) é conhecida por suas esculturas e instalações que fundem elementos do cotidiano com uma estética colorida que flerta com o surreal. Formada em escultura pela Universidade de São Paulo (USP), ela utiliza tecidos e materiais populares para construir formas extravagantes e narrativas visuais que parecem estar sempre no limite entre o humor e o grotesco, a realidade e a fantasia. Suas obras têm uma abordagem lúdica e, ao mesmo tempo, inquietante, onde transita entre formas corporais distorcidas, cores intensas e referências à cultura pop.

Desde 2020, a artista é representada pela galeria Fortes D’Aloia & Gabriel. Entre suas principais exposições individuais estão “Dois pra cá, Dois pra lá” (2023) na Carpintaria e “Nervo” (2021), no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro, “Afasta Nefasta” (2022), em Milão e “Insônia” (2021) na Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, em São Paulo, onde ela mostrou obras que permeiam tanto criaturas mitológicas quanto figuras cotidianas. Internacionalmente, Yuli ganhou destaque com a obra “Sweet Dreams Nosferatu” (2021), apresentada na Art Basel Parcours, Suíça.

Yamagata também foi reconhecida no The Artsy Vanguard 2021 – uma lista anual divulgada pela plataforma Artsy dos artistas mais promissores que trabalham atualmente –, além de ter trabalhos adquiridos por importantes coleções institucionais, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Jonas Arrabal, #14, da série Humanos, inumanos, orgânicos e industriais, 2023. Cortesia Galeria Athena

Jonas Arrabal | indicado em 2020

Jonas Arrabal (Cabo Frio, 1984) trabalha com escultura, fotografia, vídeo e instalação, sempre refletindo sobre temas como a passagem do tempo e as transformações dos materiais e do ambiente. Seu trabalho dialoga com as questões da impermanência e da decadência, muitas vezes inspirando-se na paisagem e nas referências históricas de sua cidade natal, marcada pelas salinas e pelo mar.

Hoje o artista é representado pela Galeria Athena. Entre suas principais exposições individuais está “Ensaio sobre uma Duna” (2023) na Galeria Athena, no Rio de Janeiro, onde Jonas usou materiais orgânicos e industriais para criar obras que capturam a ideia do tempo em movimento, representado pela metáfora das dunas. Outra mostra importante foi “Os Vivos e os Mortos” (2019), no Paço Imperial, onde explorou a coexistência entre o que se mantém e o que desaparece com o tempo. Em “Volume Morto” (2015), no Centro Cultural Sistema FIEP, em Curitiba, ele abordou questões relacionadas à crise hídrica e ao esgotamento de recursos naturais.

Além de exposições individuais, Jonas também participou de várias coletivas, como “Casa Carioca” (2020) no Museu de Arte do Rio (MAR) e “Necessidade, Vontade, Desejo” (2024), na Galeria Athena. Seu trabalho já foi adquirido por instituições como o MAR e o Paço Imperial, no Rio de Janeiro e a Osage Art Foundation, em Hong Kong.

Martin Lanezan, Lo que vive en el monte/Sonho com flamingo, 2019. Cortesia Bianca Boeckel Galeria

Martin Lanezan | indicado em 2019

Martín Lanezan (Argentina, 1982) vive e trabalha em São Paulo desde 2014. Seu trabalho é marcado pela combinação de pintura expandida, bordados e escultura, abordando temas como mitologia rural, crenças populares e folclore. Ele frequentemente usa materiais artesanais como bordados e porcelana fria em suas composições, criando objetos que parecem flutuar entre uma abstração, carregada de gestos manuais e gestuais, e uma reflexão sobre a natureza e o tempo.

Entre suas exposições individuais se destacam “A Insolação”, na Bianca Boeckel Galeria, espaço que atualmente representa o trabalho de Lanezan, e “Sonhario” (2021) na Galeria Estação, ambas em São Paulo.
Suas mostras coletivas mais recentes são “Trampantojo” (2024) na Galeria Zielinsky, Barcelona, e “Ervas Daninhas” (2024) na galeria Quadra, São Paulo e Rio de Janeiro. Suas residências incluem o Pivô Residência (2018) e o Art Farm Project (2019).

Manoela Medeiros, Ruínas (rosa), 2022. Cortesia Nara Roesler

Manoela Medeiros | indicada em 2018

Manoela Medeiros (Rio de Janeiro, 1991), desenvolve uma prática que transita entre pintura, escultura, performance e instalações, partindo das relações entre espaço, tempo e arquitetura. Frequentemente seu trabalho envolve intervenções nos espaços expositivos, revelando camadas escondidas e memórias que surgem ao descascar e escavar superfícies, uma metáfora para o tempo e a transformação constante. Ela transforma a arquitetura em parte ativa de suas criações, revelando o que está escondido e trazendo novas narrativas que mesclam memória e materialidade.

Hoje, seu trabalho é representado pela galeria Nara Roesler e pela Kubikgallery. Entre suas principais exposições individuais, estão “O Carnaval da Substância” (2022), na Nara Roesler São Paulo, onde a artista interviu diretamente no espaço, trabalhando com camadas e estruturas ocultas. Outra importante individual foi “Concerto a Céu Aberto” (2020), na Kubikgallery, na sede da galeria em Comporta, Portugal, em que ela trouxe elementos arquitetônicos e naturais para o centro de suas composições.

Antes de Medeiros ser indicada para a nossa seção, ela já integrava mostras coletivas importantes, como o Prix Jeune Création (2017) na Galerie Thaddaeus Ropac, Paris, e Arte Pará (2016) em Belém, com curadoria de Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos, além de realizar residências em instituições como a Cité des Arts, Paris, e a Pivô, São Paulo.

Caio Marcolini, Hyb181, da série Híbridos. 2023

Caio Marcolini | indicado em 2018

Caio Marcolini (Rio de Janeiro, 1985) vive e trabalha entre sua cidade natal e o Porto, em Portugal. Com formação em Desenho Industrial pela UFRJ (2012) e especialização em Ourivesaria pelo SENAI (2007), ele combina essas áreas de conhecimento em seu trabalho, que se concentra na criação de tramas metálicas complexas e na relação entre materialidade e o etéreo. Seu processo envolve a fabricação de ferramentas próprias, buscando sempre expandir as noções de forma e peso. Inspirado por referências como cestas de palha e crochê, além de elementos da biologia, Marcolini transforma essas influências em obras que são ao mesmo tempo técnicas e orgânicas, fundindo o fazer manual com uma sensibilidade mais ampla.

Entre suas exposições individuais mais recentes está “Within the Colony” (2024) na Gallery Nosco, na Bélgica, e o projeto “O Pequeno Colecionador”, criado em colaboração com Artur Lescher. Marcolini também teve o projeto solo “Organismos” apresentado pela Belizário Galeria na feira de arte Rotas Brasileiras (2022), em São Paulo.

Atualmente, Marcolini é representado pela Gallery Nosco, na Bélgica, e pela Galeria Lica Pedrosa, em São Paulo, além de ser artista parceiro da Carbono Galeria.

Gokula Stoffel, Comendo meu juízo, 2019. Cortesia Fortes D’Aloia & Gabriel

Gokula Stoffel | indicada em 2018

Gokula Stoffel (Porto Alegre, 1988), vive e trabalha em São Paulo e é conhecida por integrar pintura e materiais tridimensionais em suas obras. Sua produção envolve o uso de tecidos, vidro, lã e outros materiais comuns, criando superfícies densas que brincam com a ideia de imagem e objeto. Em suas composições, Gokula reúne fragmentos de retratos, paisagens e formas abstratas, mesclando texturas e cores de maneira inusitada, trazendo ao espectador uma nova leitura da relação entre o material e o simbólico.

Dentre suas exposições individuais mais marcantes estão “Persona” (2021) na Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, galeria que atualmente representa o trabalho da artista, onde ela explorou a tensão entre a representação da figura humana e a abstração; “Para-Sol” (2018) no Pivô, São Paulo; e “Alvorada de Vênus” (2018) no espaço Auroras, São Paulo, em que ela apresentou uma série de obras que dialogavam com a espacialidade e a materialidade dos objetos.

Ela também participou das coletivas “Nightfall” (2018) na Mendes Wood DM, Bruxelas, e “Abre Alas #12” (2016) na A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, e realizou residências artísticas institucionais na Gasworks (Londres, 2022) e o Pivô (São Paulo, 2018). Suas obras fazem parte de coleções de renome como o Castello di Rivoli Museo d’Arte Contemporanea, na Itália.

Juliana dos Santos, Caetana nossos nãos, 2021. Cortesia da artista

Juliana dos Santos | indicada em 2020

Artista visual e arte-educadora, Juliana dos Santos (São Paulo, 1987) aborda em suas obras temas ligados à memória, identidade negra e resistência cultural, com um foco especial na cultura afro-brasileira. Sua prática abrange linguagens como vídeo, performance, fotografia e instalação, sempre estabelecendo um diálogo com a ancestralidade e a espiritualidade.

Um de seus trabalhos de maior destaque foi a instalação “Entre o azul e o que não me deixo/deixam esquecer” (2019), no Paço das Artes, São Paulo, onde articula a simbologia da cor azul e suas conexões com tradições afro-religiosas, especialmente o candomblé. Além dessa individual, Juliana participou de mostras coletivas como “Atenção para o Refrão” (2021) no Goethe-Institut Bahia, e a 12ª edição da Bienal do Mercosul (2019).

Juliana dos Santos tem se destacado no campo da arte afro-brasileira, participando de residências artísticas tanto no Brasil quanto no exterior, onde aprofunda suas investigações sobre identidade e diáspora africana. Seu trabalho vem sendo reconhecido por importantes instituições, com obras adquiridas por acervos como o da Pinacoteca de São Paulo e o Museu da Língua Portuguesa.

Iagor Peres, Sem título 2. Foto: Wallace Domingues/Divulgação

Iagor Peres | indicado em 2023

Iagor Peres (Rio de Janeiro, 1995) transita principalmente entre escultura, performance e videoinstalações. Seu trabalho investiga questões ligadas à corporeidade, ao espaço e à arquitetura, usando uma mistura de materiais sintéticos e orgânicos para refletir sobre como corpos racializados interagem com essas formas. Iagor busca criar obras que misturam referências e práticas, sempre explorando relações entre o visível e o invisível.

Entre suas exposições individuais destacam-se “Quando o Raio Bate na Areia” (2023), na Quadra, São Paulo, onde ele apresentou uma série de trabalhos que abordam a interação entre forças naturais e materiais artificiais, e “Estrutura para Campos Densos” (2021), no Centro Cultural São Paulo (CCSP), como parte do Programa Anual de Exposições, uma investigação sobre como os corpos ocupam e constroem os espaços ao seu redor.

Atualmente o artista carioca é representado pela galeria Quadra, com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro.

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