Jonas Arrabal

O trabalho do artista Jonas Arrabal ganha corpo em variados suportes – fotografia, vídeo, objeto, instalação. Contudo, esses meios tão diversos materializam uma pesquisa profunda sobre a passagem do tempo…

por Julia

O trabalho do artista Jonas Arrabal ganha corpo em variados suportes – fotografia, vídeo, objeto, instalação. Contudo, esses meios tão diversos materializam uma pesquisa profunda sobre a passagem do tempo e o declínio das coisas, a transformação da matéria e a ligação desses processos com sua própria história e ancestralidade. Natural de Cabo Frio, a ligação com a natureza aprece em evidência em muitos trabalhos, principalmente nos quais emprega água marinha ou sal.

Mar de Cabeceira

Mar de Cabeceira

Em “Volume Morto”, por exemplo, Arrabal reflete sobre a indústria do sal que orbitava a Lagoa de Araruama, no passado a maior produtora salina do país, hoje quase inexistente. Coletando água da lagoa em diversos galões de água para consumo doméstico, o artista transferiu todo esse material para dentro do espaço expositivo, onde uma voz ecoa um texto sobre esse local e sua história. Essa operação de deslocamento aparece em outros trabalhos, como em “Mar de Cabeceira”, na qual realiza pinturas a partir do depósito de água de diferentes oceanos dentro de caixas de acrílico. Com a evaporação do líquido, o sal torna-se aparente, como em uma foto que se revela ao longo do tempo. Por trás das caixas há sempre um elemento colorido, evocando a paisagem do local de origem daquela praia.

Volume Morto

Volume Morto

Também podemos citar “Aquele que ainda está”, de 2013, no qual o artista lança mão de procedimentos de desvio e estranhamento, transportando uma árvore inteira, com suas raízes e copa cheia, para dentro do contexto artístico. Pendurada a uma altura de um metro e meio do chão, a árvore é alimentada por um balde cheio de água que é pendurado acima dela, com um furo que permite gotejar e manter viva a planta durante todo o período da mostra. Em “Os vivos e os mortos”, Arrabal parece realizar-se na direção contrária. Com ajuda de pescadores de Cabo Frio, resgata uma árvore morta do mar e a traz pra dentro da galeria, mas dessa vez não para sustentá-la e supri-la, e sim para que permaneça no chão em decomposição.

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