Rosana Paulino recebe sua maior exposição internacional, no MALBA

Depois de mais de três décadas de produção artística, a brasileira Rosana Paulino finalmente recebe sua primeira grande mostra institucional fora do país

por Giovana Nacca
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Retrato de Rosana Paulino. Tomaz Silva / Agência Brasil

A artista visual, curadora e professora Rosana Paulino, uma das mais importantes vozes da arte contemporânea brasileira, terá sua primeira retrospectiva internacional no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), consolidando seu prestígio além das fronteiras do Brasil. Intitulada “Amefricana” e com inauguração marcada para o dia 22 de março de 2024, a exposição celebra 30 anos de produção artística, sob curadoria de Andrea Giunta e Igor Simões.

Paulino se destacou no cenário artístico brasileiro em 2018, com a exposição “A Costura da Memória” na Pinacoteca de São Paulo, onde foi a primeira artista negra a realizar uma individual. Desde então, sua carreira floresceu globalmente. Em 2022, a artista brilhou em três momentos importantes: realizou sua primeira individual na Europa, na galeria Mendes Wood DM em Bruxelas; foi homenageada pela escola de samba Beija-Flor de Nilópolis no Carnaval carioca; e apresentou 25 obras na 59ª Bienal de Veneza, uma das mais importantes vitrines da arte mundial.

Agora, com “Amefricana”, o MALBA oferece ao público uma visão abrangente de sua obra, apresentando cinco grandes instalações, além de desenhos, gravuras e um vídeo, que juntos exploram criticamente as heranças da diáspora africana no Brasil. A escolha do título da exposição faz referência ao conceito de “Amefricanidade”, cunhado pela teórica Lélia Gonzalez, que celebra a contribuição ativa das mulheres negras na história, desafiando narrativas racistas e sexistas.

Rosana Paulino, Parede da memoria, 1994-2015 (detalhe). Coleção da Pinacoteca de São Paulo © Rosana Paulino.

A retrospectiva, que ficará em cartaz até 10 de julho de 2024, percorre a história do Brasil e questiona as estruturas de poder e opressão que moldaram a construção étnica do país. Com sua prática artística, Rosana Paulino continua a abrir diálogos entre arquivos pessoais, históricos e científicos, problematizando a memória coletiva e as violências sofridas pelas comunidades negras ao longo dos séculos.

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