O Jornal Quilombo, criado por Abdias Nascimento ao longo da trajetória do seu Teatro Experimental do Negro, é tema central da coletiva Quilombo: vidas, problemas e aspirações do negro, que abriu em 19 de novembro na Galeria Lago, em Inhotim. A referência direta à publicação que, em suas dez edições, colocou em um novo patamar a discussão dos problemas raciais do país exige que a exposição apresente artistas cujos trabalhos evidenciam a urgência de ocupar instituições públicas e privadas para discutir os signos e significados de seus próprios corpos, religiões, sexualidade, entre outros temas. A mostra apresenta, então, artistas que ressaltam a importância dos processos e consequências da elaboração e desenvolvimento de uma exposição – desde a idealização do conceito da curadoria até as transformações do mercado diante da participação em uma mostra em uma das maiores instituições do país, passando pela montagem e discursos públicos. Eles carregam potências e vozes que vão além de suas obras e convocam todos a entender porque representam a principal vanguarda da nossa contemporaneidade: a eles pertence o poder que, somado ao legado de Abdias Nascimento, inspira e chama outros para juntos desestruturar o sistema.
A mostra faz parte do programa 2021-2023 de exposições e atos dedicados a Abdias Nascimento e ao Museu de Arte Negra, idealizado pelas equipes curatoriais da instituição em parceria com o Ipeafro – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, também criado por Abdias. Dividido em quatro atos, o programa já apresentou duas grandes mostras – Primeiro Ato: Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra; e Segundo Ato:dramas para negros e prólogo para brancos – e abrirá mais duas em 2023.
Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro, uma das exposições “extras” que dialogam com o programa geral, se desdobrou a partir das reflexões e pesquisas durante o desenvolvimento do Segundo ato: dramas para negros e prólogo para branco, que ocupa a Galeria Mata desde maio deste ano. Feita também em parceria com o Ipeafro, a curadoria conjunta possibilita o aprofundamento dos legados de Abdias Nascimento já presentes no segundo ato: o Teatro Experimental do Negro, centro do pensamento de Abdias Nascimento, e Jornal Quilombo, publicação editada pelo TEN, são pontos de partida para as exposições abertas na Galeria Lago e Galeria Fonte.
Novos rumos
Conectados com as instituições internacionais que, há algum tempo, estão revendo seus acervos e programas para estarem mais conectados com pautas atuais, Inhotim anunciou, em 2021, que estava concentrando esforços para promover ações com o objetivo de ampliar a diversidade em seu acervo e exposições. O primeiro passo deste movimento foi adquirir obras de artistas negros – nos últimos dois anos, portanto, trabalhos de Arjan Martins, Pedro Nevez, Zéh Palito e Panmela Castro, entre outros, entraram para o acervo da instituição. A busca por transformação, neste mesmo movimento, se ampliará para os pavilhões: até o presente momento não existe nenhum pavilhão de artistas negros no maior museu a céu aberto no Brasil, mas já foram anunciados projetos para mudar este cenário e a primeira artista negra a ganhar um pavilhão para chamar de seu será a nigeriana Otobong Nganka.
A nova mostra coletiva segue o mesmo caminho de busca por transformação e diversidade ao apresentar mais de 80 obras de 34 artistas e coletivo negros. Algumas delas foram adquiridas pelo instituto nos últimos dois anos e serviram de norte para a elaboração da exposição.
A polêmica
Compreendendo a importância do jornal para a imprensa negra no Brasil e para a representatividade negra do povo brasileiro, a co-curadoria de Inhotim e Ipeafro é um passo importante, embora tardio, no sentido de inclusão. Mas pouca participação de artistas negros em Inhotim não passam despercebidas pelos artistas e a forma como o processo foi idealizado e comunicado causou ruídos e revoltas.
É o caso de Maxwell Alexandre, que na pré-abertura da coletiva criticou o conceito da exposição e a postura da instituição que, segundo ele, não explicou o recorte em que sua obra seria inserida, tendo ele compreendido somente quando saiu o comunicado oficial de abertura. O artista solicitou, por meio das suas redes sociais, a retirada de sua obra, escrevendo no post:
“Não tem pavilhão de artista preto em Inhotim. No momento em que, já atrasados, decidem finalmente dar algum espaço, enfiam todos numa galeria só, em uma exposição temporária. E aí, numa outra galeria – que aliás, pq não foi usada para expandir a exposição Quilombo? – colocam 3 artistas brancos, com o título “O mundo é o teatro do homem”. 34 pretos sob um título que sugere a abordagem de sonhos e problemas DO NEGRO. Enquanto 3 brancos sob um título com ênfase no universal, no mundo e humanidade.”
Ao longo de todo o post, o artista critica, além da falta de um pavilhão de artista negro, a escassez de pessoas negras na equipe do museu e o fato da exposição paralela aberta no mesmo dia, “O Mundo É o Teatro do Homem”, na Galeria Fonte, ser composta por, Jonathas Andrade, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca. O ponto de partida da mostra é Abdias Nascimento e o Teatro Experimental do Negro, personagem e movimento que reivindicam justamente o protagonismo negro em todas as artes, seria crucial e inegociável, portanto, um protagonismo negro nesta exposição também.
Vale lembrar, entretanto, que Jonathas, Bárbara e Benjamin trabalham, nas obras expostas, com o conceito do “teatro do oprimido”, desenvolvido pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal que se inspirou e chegou a trocar correspondências e ideias com Abdias – uma delas datada de 2004 e exposta na mostra, na qual Boal anuncia: “Abdias me ajudou muito no meu começo em teatro: lia minhas peças e me dava conselhos, sempre úteis, não só do ponto de vista teatral, mas o que era para mim mais importante, do ponto de vista ético e político”.
A obra de Maxwell Alexandre, “sem título (da série Novo Poder), 2021”, faz parte da coleção de Inhotim e é um dos destaques da coletiva, protagonizando no núcleo de mesmo nome da série na qual o artista retrata negros ocupando espaços de arte. Desde 18 de novembro o artista vem movimentando suas redes sociais manifestando sua indignação perante a forma como instituições públicas e privadas tratam artistas negros, solicitando a retirada de sua obra da exposição de Inhotim. Por meio de uma nota oficial, no dia 2 de dezembro, a instituição anunciou que atenderá a solicitação feita pelo artista: O Inhotim se posiciona […] e manifesta, num espírito de conciliação, sua intenção de, a pedido do artista, retirar da exposição a obra sem título, da série “Novo Poder” (2021), de Maxwell Alexandre. Tod_s _s artistas da exposição foram comunicad_s sobre a retirada da obra, bem como sobre os encaminhamentos a serem dados a partir desta mudança. A obra a partir do dia 7 de dezembro não estará mais em exibição na mostra Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro” na Galeria Lago”.
O Jornal e “Encontro de vanguardas”
O título Quilombo: vidas, problemas e aspirações do negro faz menção ao jornal criado pelo Teatro Experimental do Negro de Abdias Nascimento no final dos anos 1940. Em suas dez edições, publicadas entre 1948 e 1950, o tabloide abordou diversas pautas fundamentais das pessoas negras no Brasil, como questões de representação e identidade do negro na sociedade da época. Algumas delas norteiam a exposição e potencializam o debate sobre temas que ainda hoje são latentes no país.
A mostra coletiva é divida pela curadoria em cinco núcleos temáticos: “Novo poder: reformulando uma vanguarda”; “Vidas públicas”; “Vida e aspirações do negro”; “Elas Falam”; e “Reescrita da história: construção e afirmação da identidade”. Segundo Deri Andrade, “cada núcleo, com sua seleção de trabalhos, flerta, dialoga com os tópicos levantados pelo próprio jornal”. Os trabalhos conversam constantemente com a documentação sobre o Jornal exposta na mostra.
A figura de vanguarda de Abdias Nascimento – ativista engajado em ações e criações para a tomada de poder pela população negra, crítico ferrenho do mito da democracia racial que lutou pela construção de uma identidade nacional com protagonismo negro – é a alma e muitas vezes o corpo dos trabalhos da mostra. Reunindo artistas que carregam em suas poéticas e estéticas a potência de sua luta e resistência, a coletiva busca revelar uma produção vanguardista que reivindica, cada qual em sua linguagem, conquistas já propostas no Jornal Quilombo, mas que até hoje precisam de atenção.
“É a primeira vez que Inhotim tem uma exposição coletiva que mostra o trabalho de uma vanguarda que está surgindo. É uma força coletiva, são artistas que realmente estão mudando muitos paradigmas, tanto museológicos como epistêmicos e sobre as formas como se constituem as narrativas dos museus hoje em dia no Brasil”, avalia Julieta González, diretora artística de Inhotim.
O pensamento de vanguarda expresso no Quilombo por artistas, intelectuais e pensadores abordou a complexidade e a força necessária para articular mudanças no sentido de uma ideia de país mais inclusiva e democrática de fato. “Abdias falava muito sobre isso, o Quilombo estava ali para reivindicar questões pertinentes na época, que hoje entendemos como ações afirmativas”, comenta Deri Andrade.
É com o resgate do levante promovido pelo jornal que a exposição se inicia, a partir das cerca de 28 pinturas feitas sobre couro e madeira por Mulambo para a série O couro come, espécies de painéis de abertura que se intercalam às obras. Cada tela resgata temas afetivos e de resistência que vão sendo revisitados ao longo da exposição.
O núcleo de abertura “Novo poder: reformulando uma vanguarda” reivindica a presença negra nos espaços de arte e sua tomada de poder, colocando em perspectiva quem faz a vanguarda: artistas que propõem de uma construção de nação.
Nesse segmento da exposição, a seleção de trabalhos de Panmela Castro é o que mais chama atenção, explorando o gênero do retrato e usando como seus personagens figuras negras importantes da arte contemporânea. É um mecanismo para mostrar quem são as pessoas que formulam essa vanguarda e a importância de elas serem retratadas. Entre as oito pinturas de Castro, vale notar, estão os retratos de artistas que também integram a exposição com seus trabalhos, caso de Elian Almeida e Yhuri Cruz.
Destaque para a configuração metalinguística da obra “Dalton Paula (Residência Jandira)”, em que Panmela Castro se inclui na tela ao lado do artista brasiliense Dalton Paula, por sua vez ao lado de uma pintura sua dentro da própria pintura.
Ainda no núcleo de abertura, Ros4 Luz reivindica o lugar da mulher negra a partir do corpo trans. Em sua série “UóHol”, Rafa Bqueer faz referência às famosas serigrafias de Andy Warhol na composição de retratos de artistas esquecidas da cena LGBTQIA+, como Madame Satã, Jorge Lafond, Leona Vingativa e Marcia Pantera, subvertendo a lógica do espaço ditado por um artista branco e dando protagonismo para elas.
Seguem nessa linha as reivindicações da série de fotoperformance “Engoli facas, pari caminhos Ou onde queres a dor sou revolução “, concebida por Erica Malunguinho quando a artista e deputada estadual tentava barrar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) a PL 504/2020, que proibia a publicidade LGBTQIA+.
“A ideia da exposição é mostrar como essa produção é diversa, tem artistas interessados em tantas coisas, inclusive além das questões étnico-raciais. Tendemos a achar que o artista negro só fala sobre questões negras, e não é bem assim”, afirma Deri Andrade.
Saindo das questões pragmáticas para focar no imáginario, a seleção de trabalhos cuja referência é a seção do jornal que retratava a vida cotidiana ocupa o núcleo “Vida e aspirações do negro”, que traz leveza e respiro ao conteúdo político da exposição.
O olhar de meninos é tomado pelo azul de um dia de praia na pintura de Kika Carvalho, que faz companhia ao samba enredo de Wallace Pato, à dança de meninos no campo criada por Antonio Obá e à prosperidade de corpos na composição de Pedro Neves.
A importância do retrato
O percurso da exposição evidencia a importância da representação da figura e da identidade do negro, comumente apagadas da História. Pela necessidade de subverter tal estigma, em todos núcleos é recorrente a presença de retratos de figuras historicamente importantes, produzidos por artistas negros contemporâneos.
“Temos percebido que atualmente a produção de artistas negros vem focando no retrato, e não só artistas que se autorretratam, mas pessoas também interessadas em retratar, em firmar na historiografia da arte a imagem dessas figuras que foram tão importantes para a História do nosso país”, aponta Deri Andrade.
Esse é o tema do núcleo “Vidas Públicas”, que contextualiza e apresenta a identidade brasileira a partir do protagonismo negro norteado por figuras importantes na luta abolicionista e pós-abolicionista no Brasil, arte, cultura e nas questões sociais abordadas pelo Jornal Quilombo. Figuram nesse núcleo trabalhos de artistas como O Bastardo, Januário Garcia, Elian Almeida, Gustavo Nazareno, entre outros.
A abertura é o retrato de Abdias feito por O Bastardo, que comenta: “Esse retrato é o primeiro de uma série minha chamada ‘Assinatura de esquecidos’. Nela, penso a questão do Abdias Nascimento do ponto de vista de um resgate, mas não somente de homenagem, de referência. Tem um propósito direto. Acredito no que o Abdias fez e em sua pesquisa, no que ele escreveu. O que ele revolucionou e criou. Isso precisa estar em contato com a comunidade preta, isso precisa ser de acesso à comunidade preta.”
“Na minha linguagem, é um canal o apelo estético que a pintura tem, a forma como ela consegue captar a energia e mobilizar as pessoas quando elas entram em contato. Nessa série, pensei em usar isso justamente para levar esses ícones da História e do povo preto brasileiro até eles.”
Já a obra de Elian Almeida recria a foto antológica dos artistas da Semana de Arte Moderna transferindo o protagonismo para mulheres negras: “Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Beatriz Nascimento, Maria Auxiliadora da Silva e Djamila Ribeiro” (também título do trabalho). A obra foi capa da Vogue de fevereiro de 2022.
Já o núcleo “Elas Falam” dá voz às artistas mulheres, tendo como referência a coluna da jornalista Maria Nascimento no Quilombo, “Fala Mulher”, em que ela reivindicava a emancipação feminina enquanto mulher negra em pautas de contestação. Sua coluna carregava debates políticos que iam desde o direito ao voto até a regulamentação do trabalho doméstico, conscientizando a importância da mulher negra na vida política e as desigualdades raciais e de gênero naquele período, debate que segue ainda hoje no corpo e na voz das mulheres negras em busca de protagonismo e escuta.
Nessa seleção temática, vemos trabalhos de artistas como Kika Carvalho e Juliana Santos, a potência do coletivo Nacional Trovoa (feito por mulheres negras que assumem papéis de artistas e curadoras internas da obra), autorretratos feitos por Ana Elisa Gonçalves e Larissa de Souza.
Todas as histórias de sensibilidade, força e potência de muitas mulheres são vistas e apresentadas nesse núcleo. Como as pinturas em que Larissa de Sousa se coloca como figura retratada, caso de Três Marias, em que evoca sua memória afetiva usando simbologias sobre sua infância , e Me enxergar novamente, que aborda pertencimento e identidade.
Reconstrução histórica e social de um país
“O núcleo que encerra a exposição traz pontos em que encontramos trabalhos com mais diversidade de suporte e que mais abordam a reconstrução histórica para pensarmos e repensarmos o país”, explica Deri de Andrade.
É o “Reescrita da história: construção e afirmação da identidade”, que apresenta maior pluralidade de gerações de artistas dividindo o espaço expositivo e onde as obras dialogam sobre a ideia de um país. Grandes nomes da arte contemporânea, como Rosana Paulino, Eustáquio Neves e Arjan Martins estão ao lado de artistas que vêm ganhando cada vez mais relevância na cena artística atual, como Robinho Santana, Yhuri Cruz e Silvana Mendes, entre outros. Robinho Santana comenta: “é incrível estar com meu trabalho ao lado de artistas que são referências para mim, como Rosana Paulino e Moisés Patrício”. Na obra “Retomada”, o artista traz as ruas para a tela ao falar sobre arte e educação como armas contra a opressão do jovem negro.
O núcleo exibe a célebre série “Aceita?”, em que Moisés Patrício retrata sua mão esquerda em 20 fotografias, cada uma exibindo uma oferenda diferente, gesto fundamental para quebrar o preconceito contra o candomblé. As monotipias de Rosana Paulino pautam o discurso político de educação, repressão e violência urbana em “Fardo”.
Os trabalhos desse núcleo se associam ao tempo presente e sua urgência, fazendo referência aos jornais atuais para além dos acontecimentos e denúncias que eles carregam, propondo novas articulações. É o caso da obra de Arjan Martins: “O painel foi realizado durante minha residência na Bienal de Montevidéu, no Uruguai, em 2019. Eu me deparava com notícias de crianças sendo atacadas pelo Estado, como João Pedro, Ágatha e outros, e fiz a pintura para denunciar os assassinatos dessas crianças por quem deveria protegê-las.”
Também famoso, tendo participado da exposição sobre Carolina de Jesus no IMS e da recente Histórias Brasileiras, do Masp, o trabalho de Yhuri Cruz, Monumento à voz de Anastácia, interfere no retrato feito por Jacques Etienne Arago em 1817. O original representava a mulher escravizada com grilhão no pescoço e mordaça. Cruz a livra dos instrumentos de tortura e coloca em seu rosto um leve sorriso, apresentando a obra no formato dos tradicionais santinhos distribuídos na igreja, em que Anastácia torna-se a santa das causas impossíveis.
O conjunto geral de obras traz reflexões sobre o passado e futuro almejado para o país, para que todo passo dado até o momento no sentido da inclusão racial e do protagonismo negro não seja apagado da História e da atualidade, pois é baseada em uma trajetória de luta e resistência a que as diferentes gerações de artistas presentes na exposição fazem referência, assumindo em conjunto com as páginas do Jornal Quilombo um anseio por transformação. Por isso, o título vai além dos problemas da pessoa negra e abrange qualquer grupo minorizado, assumindo também aspirações de futuro para que toda trajetória diferente contada até aqui seja uma articulação para a mudança na sociedade brasileira.
Serviço
Quilombo: vidas, problemas e aspirações do negro
Local: Galeria Lago – Inhotim
Endereço: Rua B, 20, IBrumadinho, Minas Gerais
Data: Até 16 de julho de 2023
Funcionamento: De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30
Ingresso: R$ 50 inteira
* Meia-entrada válida para estudantes e maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.