Com o intuito de celebrar e visibilizar grandes produções, fizemos uma seleção de artistas contemporâneas que em suas produções exaltam a relação, o romance e o afeto homoafetivo entre mulheres. A ideia aqui, vale notar, não é resumir suas poéticas à temática, mas despertar a curiosidade dos leitores para conhecerem artistas de produções potentes, mas que que por vezes podem ficar na sombra da lesbofobia.
Confira a seguir:
Mickalene Thomas (1971)
A artista estadunidense subverte nossas noções sobre temáticas femininas celebrando temáticas de sexualidade, desejo e poder, sobretudo de mulheres pretas. Com fortes referências dos anos 1970, Thomas faz assemblages coloridas utilizando fotografia, strass, esmalte, e pintura.
Ela também combina elementos da cultura popular contemporânea com alusões cuidadosas da pintura histórica como Gustave Courbet, David Hockney, Édouard Manet e Henri Matisse.
Zanele Muholi (1972)
A artivista retrata em fotografia, vídeo e instalação, a comunidade LGBTQIA+ da África do Sul, seu país. As fotografias de Muholi são, em sua maioria, concebidas em preto-e-branco, o que atribuem bastante força. Porém, além disso e do alto teor político, prevalece o caráter bastante intimista.
Vale ressaltar que a atuação de Muholi pela causa excede a arte. A artista co-fundou a organização Forum for the Empowerment of Women, com a proposta de criar um espaço seguro para estas mulheres que são temas de suas produções.
Hannah Roemer (1999)
A pintora alemã de apenas 23 anos entende a vulnerabilidade sexual da comunidade em questão e tenta criar um mundo onde suas figuras não tenham medo de expressar seus desejos sexuais. Roemer cria imagens sedutoras e delicadas retratando, por exemplo, sexo entre mulheres e masturbação feminina, resgatando a temática erótica do olhar masculino.
Catherine Opie (1961)
A fotógrafa estadunidense possui uma produção complexa que explora noções de identidade comunitária, sexual e cultural. Ela ganhou reconhecimento pela primeira vez na década de 1990 por sua série de retratos de estúdio, fotografando seu círculo de amigos e artistas LGBTQIA+. Opie ofereceu insights profundos sobre as condições em que as comunidades se formam e os termos em que são definidas.
Jade Marra (1992)
A artista brasileira, nascida em Belo Horizonte, cria cenas que poderiam ser banais sobre o cotidiano entre duas namoradas, por exemplo. Mas o afeto íntimo singulariza as imagens, que por muitas vezes parecem esconder um segredo. Sempre partindo de perspectivas e experiências pessoais, Marra busca por identidade e afetividades com parceiras ou consigo mesma.