Barbara Kruger talvez seja a artista mais influente quando o assunto é retratar os contornos sociológicos do mundo. Conhecida por criar cartazes que lembram a estética da publicidade, Kruger evoca, em seus trabalhos, um profundo caráter de consciência social e anticapitalista – sempre tecendo uma análise comportamental da humanidade em relação a temas como o consumismo e o patriarcado.
Por mais onipresente que seja o trabalho de Krueger, o mercado para ele esteve contido nas últimas duas décadas, em grande medida por sua ausência nos principais museus ao redor do mundo. Porém, uma exposição solo na Neue Nationalgalerie em Berlim, uma instalação na Bienal de Veneza e a presença de trabalhos no Museu de Arte Moderna de Nova York tem ajudado na valorização das obras de Krueger: no mercado primário, os preços negociados por sua galeria representante já chegam ao patamar de USD 2 milhões de dólares, enquanto no mercado secundário a marca de USD 1 milhão de dólares já foi quebrada por uma venda.
A produção de Krueger, entretanto, encontra-se em um insolúvel paradoxo: a artista não possui qualquer interesse no mercado além da sua habilidade de facilitar a disseminação de seu trabalho ao grande público. Entretanto, tal divulgação massiva fomenta este mesmo mercado, o qual Krueger se recusa a agradar. Ela não está interessada em fazer peças prontas para serem penduradas em salas de estar ou para serem vendidas em feiras de arte. A artista se sente atraída, portanto, pelo conteúdo – e não o mercado e boa parte de seu trabalho no mercado primário está em forma de vídeo.