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Instituições fazem investimentos milionários em seus jardins artísticos

por Giovana Nacca
Storm King Art Center
Vista do Storm King Art Center

Manter obras de arte a céu aberto já é um grande desafio por si só, mas com o agravamento das crises ambientais no planeta, algumas instituições que foram o grande centro de visitas durante a pandemia, são pressionadas a reverem seus projetos arquitetônicos.

A Galleria degli Uffizi em Florença, Itália, revelou recentemente o ambicioso plano de €50 milhões (mais de R$259 milhões) para renovar seus Jardins de Boboli dentro de oito anos. Apelidado de “Boboli 2030”, o plano consiste em 40 projetos de redesenho paisagístico visando proteger o parque contra os efeitos nocivos das mudanças climáticas. 

Quase metade das propostas incluídas no plano foram concluídas ou estão em fase final. A outra metade é inteiramente nova. As medidas incluem atualizações no sistema de prevenção de incêndios no anfiteatro Prato delle Colonne – localizado em uma área arborizada vulnerável a incêndios florestais -, equipar o parque com um sistema de iluminação com eficiência energética e videovigilância moderna. 

Os jardins desenhados pela família Médici já foram modelo para muitas cortes europeias e hoje recebe uma missão audaciosa: “Nosso objetivo não é apenas devolver o Boboli às glórias dos tempos das dinastias Médici e Lorena, mas ir além, tornando-o o melhor museu aberto do mundo”, disse Eike Schmidt, diretor do museu, em evento de imprensa.

A Uffizi não é a única instituição de arte a lançar iniciativas nesse sentido recentemente. O museu a céu aberto Storm King Art Center, no norte do estado de Nova York, também anunciou que está embarcando em uma reforma de US$45 milhões (mais de R$229 milhões) em um movimento para aumentar a biodiversidade.

O presidente da Storm King, John P. Stern, explica que o aumento extravagante das visitações na última década – de cerca de 80.000 visitantes em 2012 para quase 222.000 no ano passado – e as projeções para o futuro tornaram o redesenho essencial.

Uma das principais facetas do projeto inclui a construção de um edifício de 7.200 pés  quadrados (cerca de 2.194 m²) dedicado à “conservação, fabricação e manutenção”. Nora Lawrence, diretora artística e curadora-chefe da Storm King, explica que além do edifício acolher artistas em residência, também suprirá uma demanda de logística: “Há sempre uma rotação ativa de obras que precisam de diferentes tipos de cuidados, então a capacidade de fazer alguns desses grandes projetos de conservação e manutenção no local será um divisor de águas para nós e o que podemos oferecer ao público .”

Outras vertentes do projeto envolvem um remanejamento dos estacionamentos para incluírem mais obras de arte, estações de recarga para veículos elétricos, acesso facilitado para ônibus e estacionamento dedicado para veículos compartilhados; plantio de mais de 600 árvores para aumentar a sombra e a biodiversidade vegetal do local; sistemas de gerenciamento de água atualizados.

O projeto, que deve ser concluído em 2024, está sendo financiado em parte com uma doação de US$ 2,6 milhões do Estado de Nova York, US$ 2 milhões do Empire State Development e US$ 600.000 pela Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Energético do Estado de Nova York por meio de um programa dedicado ao desenvolvimento neutro em carbono.

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