Romeu Mizuguchi é artista visual e professor. em 2016, se licenciou em artes visuais pela ECA-USP. ganhou o prêmio aquisição no 46º salão de arte contemporânea Luiz Sacilotto de Santo André – SP (2018). participou do programa de exposições no museu de arte de ribeirão preto (2018), mostra da juventude do SESC de Ribeirão Preto e novas poéticas na cidade de salvador (ambas em 2017). recebeu uma bolsa de estudos para a faculdade de belas artes do porto – Portugal, e foi selecionado para residência e exposição na Casa Oficina António Carneiro (2013).
Em sua pesquisa Mizuguchi explora a precariedade dos materiais e os significados simbólicos que suas manipulações inusuais podem ter, esgotando-se as possibilidades de combinação ou divisão – fitas adesivas coloridas tornam-se bandeiras, remetem à pinturas icônicas da história da arte ou são desenroladas umas sobre as outras em todas as combinações de cor possíveis; persianas usadas são tramadas em tapete, que é exposto no mesmo espaço de onde saíram as tiras originais; abraçadeiras plásticas perdem sua função de amarrar ou prender para formar desenhos geométricos progressivamente mais complexos ou mesmo uma grande fita que corre do teto ao chão. Em Zoo, de 2017, por exemplo, o artista produz origamis de animais a partir de panfletos que recebe na rua, e o trabalho cresce à medida que ele recolhe mais materiais para criar novas dobraduras.
Trabalhos mais recentes como “Telefone s/ fio ou O Matemático”, ou “Uma coisa atrás da outra”, ambos de 2018, se utilizam da reprodução seriada por meio de tecnologias como o Xerox. No primeiro, uma primeira folha em branco foi xerocada, e essa cópia por sua vez também foi xerocada, e assim sucessivamente. Ao longo do processo, erros de impressão surgem e vão se multiplicando, resultando em um grande painel com cada vez mais interferências. No segundo, uma pilha de folhas em tamanho A1, colocada sobre uma mesa com aproximadamente o dobro de seu tamanho, têm um pequeno texto impresso em um dos seus cantos. Sobre uma metade da superfície ficam as folhas e, na outra metade, o público pode realizar a atividade que é convidado a performar (sentando-se na cadeira, se desejar). O artista convida o público não apenas a executar o trabalho, mas também a a levar consigo o que se produz da obra ou uma das folhas.