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Fique por dentro: Pílulas de notícias das artes visuais

Fique por dentro dos últimos acontecimentos e notícias no que tange as artes visuais nessa primeira quinzena de setembro de 2024

por Carolina Reis

A seleção de notícias inclui protestos em museus de Nova Iorque e Amsterdã, artes inauguradas em instituições pelo mundo e obras recuperadas de acervos particulares sendo reveladas, confira!

Julie Mehreto cria mural homenageando artes negras para o Obama Presidential Center

O Centro Presidencial Obama de Chicago promete ser um complexo educacional com espaços abertos como jardins, quadras, além de bibliotecas e um museu. O edifício abre suas portas em 2026 e contará ainda com uma obra de grandes dimensões da artista Julie Mehretu, que já começou a ser montada.

“Uprising of the Sun” é a primeira obra de Mehreto feita com vidro e será incorporada ao exterior do lado norte do Edifício do Museu no Centro Presidencial Obama. A instalação foi inspirada numa citação do discurso do ex-presidente Obama durante o 50º aniversário das marchas a Selma a Montgomery, ação histórica do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos que levou à aprovação da Lei dos Direitos ao Voto de 1965.

Além disso, para compor sua imagem, Mehretu faz uma justaposição de três imagens para homenageiar grandes artistas negros: Afwerk Tekele, Robert S. Duncanson e Jacob Lawrence.

Construção na fachada do futuro Centro Presidencial Obama, 2024. Imagem: Fundação Obama via Artsy.
Projeto abandonado de Lina Bo Bardi é cedido ao Pivô e será centro cultural em Salvador

Na ladeira da Misericórdia, no centro histórico de Salvador, com vista para o mar, está o Coatí, desenhado por Lina Bo Bardi na década de 1980 para ser um restaurante, mas que está abandonado há anos, e nem sequer foi inaugurado.

Em uma parceria entre o Pivô, o Instituto Bardi e a Prefeitura de Salvador, a construção do espaço será retomada e o complexo receberá um centro cultural, pensado para homenagear a arquiteta ítalo-brasileira, que tinha profunda conexão com a cidade.

Restaurante do Coaty, Ladeira da Misericordia. Imagem: Angela Starita.

Três trabalhadores foram demitidos do Museu Noguchi por usarem Keffiyehs

Funcionários do atendimento no Museu Noguchi, em Nova York, apareceram para trabalhar na semana passada usando keffiyehs. Os Keffiyehs são lenços tradicionais usados principalmente por homens no Oriente Médio, especialmente na Palestina, por isso associado à resistência.

Os três foram interrompidos de suas funções por uma demissão. O motivo alegado pelo museu foi de que os trajes infringiram as normas de vestimenta da instituição, que não voltou a se pronunciar até o momento. Um quarto funcionário, o diretor de serviços ao visitante, também foi demitido na ocasião.

Artistas, trabalhadores de arte e moradores do Queens, bairro de Nova Iorque, protestaram contra as demissões no domingo, 8. Esses protestos se somam aos apelos contra ataques militares de Israel em Gaza, onde mais de 40 mil pessoas foram mortas desde o fatídico 7 de outubro de 2023.

Protesto em frente ao Noguchi Museum no último domingo, 8 de setembro de 2024. Imagem: Hrag Vartanian via Hyperallergic.
Gravuras assinadas por Dalí são encontradas em garagem após 50 anos

Ainda nesta semana, a casa de leilões Hansons anunciou a venda de dez litografias, tipo de gravura cuja matriz é feita em pedras, assinadas por Salvador Dalí. O fato curioso é que elas estavam esquecidas em uma garagem em um bairro rico de Londres, o Mayfair, há pelo menos 50 anos. Outras gravuras do artista Theo Tobiasse também foram encontradas no mesmo local.

O preço mais alto historicamente de uma litografia de Dalí foi por “Madone à l’Enfant” ou “Madone Sixtine”, que foi vendida na casa de leilões francesa Osenat por 56 mil dólares no ano passado.

Litografias de Salvador Dalí encontradas em garagem britânica. Imagem: Hansons.
Litografias de Salvador Dalí encontradas em garagem britânica. Imagem: Hansons.

Nova empena de Denilson Baniwa é inaugurada no centro de São Paulo

No dia 9 de setembro foio inaugurada a obra “O Chamado da Floresta” de Denilson Baniwa na empena do Edifício Garagem, em São Paulo. O evento apresentou uma performance da Cia Base de dança vertical nesse edifício que recebeu a pintura medindo 2.100 m².

“O Chamado da Floresta” veio do Mestre das Onças, uma entidade espiritual que simboliza a conexão entre o cosmos e o mundo natural. O mural homenageia a fauna brasileira e representa o apelo pela preservação do meio ambiente.

“O Chamado da Floresta”, 2024, de Denilson Baniwa. Imagem: Alexandre Puga
Obra de Artemisia Gentileschi é mostrada pela primeira vez em 400 anos

A pintura “Maria Madalena Penitente”, feita por Artemisia Gentileschi entre os anos de 1925 e 1926, estava em posse de colecionadores particulares há quase 400 anos. Foi adquirida pelo Museu de Arte Kimbell em Fort Worth, no Texas, que a exibe na exposição que inaugurou ainda nesta semana, a primeira aparição pública do quadro desde o século XVII.

A “Penitente Maria Madalena” de Artemisia Gentileschi é uma obra-prima do Barroco italiano do século XVII

Rosana Paulino é a primeira pessoa a receber o Prêmio Munch

Esse ano marca a primeira edição do prêmio organizado pelo Museu Munch, em Oslo, que abriga a maior reunião de artes do pintor holandês Edvard Munch. A ganhadora éa brasileira Rosana Paulino, escolhida pelo seu conjunto de trabalhos artísticos e pelo seu papel como ativista do movimento negro.

O prêmio foi criado como forma de celebrar a liberdade artística e reconhecer trajetórias que se destacam pela coragem e integridade. A artista premiada receberá 20 mil coroas norueguesas (cerca de R$10.497) deste museu fundado em 2021.

Retrato de Rosana Paulino. Tomaz Silva / Agência Brasil
Diretor do MOMA deixa o cargo após 30 anos a frente do museu Nova Iorquino

Glenn Lowry, diretor do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) desde 1995, renunciará em setembro de 2025. 

De acordo com o The New York Times, o contrato de Lowry estava pronto para renovação por mais um período de cinco anos, mas ele optou por se afastar. “É o momento certo para pensar no futuro do museu e eu acabei de pensar, carpe diem”, disse ele ao Times. “Todas as coisas que me propus a fazer há 30 anos estão realizadas ou em jogo de uma maneira muito positiva”.

Glenn D. Lowry, fotografado por Richard Perry para The New York Times

Protesto pelo clima fecha as portas do Rijksmuseum

No último sábado, o Rijksmuseum de artes, em Amsterdã, foi forçado a fechar suas portas por causa de manifestantes que acenderam sinalizadores de fumaça amarelos no saguão de entrada do museu. Os ativistas vestiam macacões também amarelos com máscaras de proteção e representavam o grupo Extinction Rebellion [Rebelião de Extinção].

Além da fumaça, manifestantes se acorrentaram a uma cerca perto da entrada e exigiram que o Rijksmuseum cortasse os laços com seu principal patrocinador, o banco holandês ING Group.

Sábado, 7, manifestantes em frente ao Rijksmuseum de Amsterdã.

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