Nova galeria em Brasília quer estimular produção artística do Centro Oeste

Dirigida por Monica Tachotte e Marcos Mendes Manente, a Galeria Index seguirá um formato híbrido, cruzando mercado primário com mercado secundário

por Jamyle Rkain
3 minuto(s)

Foram 10 anos trabalhando no mercado de arte em São Paulo. Durante esse período, a brasiliense Monica Tachotte passou pelas galerias Almeida e Dale, Bergamin & Gomide e também pela SP-Arte. Com a pandemia deixando o ar da incerteza pairar acima da cabeça de todo mundo, muitas pessoas tiveram que mudar seus planos pessoais e profissionais. Monica voltou para sua cidade natal, buscando ficar próxima de sua família neste momento conturbado, e acabou saindo da SP-Arte ao decidir ficar de vez em Brasília.

Junto a um de seus primos, o empresário e publicitário Marcos Mendes Manente, resolveu abrir uma galeria por lá. Monica conta que não era de agora que o primo insistia que ela tinha que abrir uma galeria em Brasília. Toda a expertise de Manente na área de comunicação e empreendedorismo une-se agora à experiência que Monica adquiriu em uma década de trabalho em importantes galerias e na maior feira da América Latina, além de muito estudo na área. Isso tudo será aplicado na Galeria Index, que os sócios inauguraram em novembro do ano passado.

Havia, a primeiro momento, uma intenção de que a galeria fosse apenas virtual. Mas logo no início viram a necessidade de um espaço físico para receber algumas pessoas que queriam ver de perto as obras dos artistas representados. Optaram, portando, por um espaço amplo no Edifício Morro Vermelho, na Asa Sul, um projeto modernista do célebre arquiteto João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé. “Nós conversamos com o pessoal do prédio e a gente literalmente ocupou um andar inteiro”, Monica conta.

Os diretores Monica Tachotte e Marcos Mendes Manente


A Index terá um formato de galeria híbrida, fazendo um cruzamento entre mercado primário e mercado secundário. “Eu acabei me deparando com uma cidade que tem várias outras galerias que fazem um trabalho bem bacana, que também trabalham com representação de artistas, mas nem todas elas trabalham tão forte o mercado secundário”, explica Monica, que habituou-se a operar no mercado secundário pelas galerias onde passou em São Paulo.

Assim, a galeria está representando artistas jovens do Distrito Federal e de Goiás, uma lista para mercado primário que conta com Alberto Lamback, Capra Maia, Cecilia Lima, César Becker, Gu da Cei, Igu Krieger, Lina Cruvinel, Luciana Paiva, Ludmila Alves, Marcelo Camara e Rodrigo de Almeida Cruz. Ao mesmo tempo, traz em seu acervo uma gama de artistas renomados que fazem muito sucesso no secundário: Alfredo Volpi, Amilcar de Castro, Athos Bulcão, Burle Marx, Ivan Serpa, Hércules Barsotti, Amélia Toledo, Rubem Valentim, Lygia Pape, Leonilson e Iran do Espírito Santo.

Monica revela uma grande vontade de estimular a produção de artistas do Centro Oeste. Segundo ela, o projeto da galeria pensa em “sair um pouco desse eixo Rio-SP, trazer um pouco do olhar e também fomentar um pouco das questões de cultura em Brasília e no Centro Oeste” no geral. Para ela, esse é um polo importante que precisa de um estímulo e que muitas vezes não tem muitas opções por falta desses estímulos. A Index chega para entrar nesse circuito.

Programa

Neste momento, a Index sedia a exposição Brasília em Obra, que faz uma apresentação dos artistas representados pela galeria até dia 27 de fevereiro. Em seguida, irá receber uma individual de Alex Vallauri, com curadoria de Fabricia Jordão, que acontecerá tanto na galeria quanto no Museu da República e tem parceria com a Galeria Jaqueline Martins, de São Paulo.

Ainda este ano, será realizada uma mostra coletiva com curadoria de Clarissa Diniz, que vai promover um diálogo entre os artistas representados com artistas do mercado secundário, dando um panorama desse formato híbrido que a galeria assume. Depois dessa exposição, a galeria irá lançar o projeto que intitula Incubadora, um edital para fomentar a produção de artistas que estará direcionado apenas para convocar artistas do Centro Oeste, com curadoria de Gisel Azevedo, que trabalha no projeto deCurators.

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