My policeman traz triângulo amoroso costurado por obras de arte 

Um curador de arte, um policial e uma professora vivem uma história de segredos, repressões, companheirismo e perdão

por Beta Germano
3 minuto(s)
My policeman
Harry Styles vive um policial apaixonado por um curador em My policeman

Até onde pode ir o amor? E o ciúme? É possível amar mais de uma pessoa? Qual o papel da sociedade heteronormativa e monogâmica quando nos sentimos traídos? Pode este sentimento destruir a cumplicidade?  

O filme My Policeman, uma adaptação do romance de Bethan Roberts, apresenta o drama de triângulo amoroso que nos faz refletir sobre a fragilidade do amor numa sociedade cheia de regras e opressões. O que está certo ou errado? O que “é normal” ou “anormal”? Prepare também os lencinhos para acompanhar a história do casal Marion (Emma Corrin) e Tom Burgess (Harry Styles) que acaba se envolvendo com o curador Patrick Hazelwood (David Dawson), nos anos 1950.

My Policeman
Triângulo amoroso em My Policeman

Logo nas primeiras cenas já temos indícios de que se trata de uma narrativa costurada pelo mundo da arte e as múltiplas interpretações de obras de arte que acabam nos sugerindo lições sobre a vida. Muito provavelmente o ano é 1999. Sabemos disso porque Patrick está doente e Marion começa a ler uma notícia sobre o Turner Prize daquele ano: uma jovem artista acabava de ganhar o prêmio com uma obra chamada My Bed. Marion explica que ela é o assunto do momento e a obra é literalmente a cama vazia da artista cuja intenção é evocar uma narrativa sobre depressão, automutilação e eventual redenção. E isso não é invenção de Roberts: a personagem fala sobre a obra que garantiu o Turner a Tracey Emin – artista conhecida por relatar, entre outras coisas, as delícias e decepções do amor. Tudo a ver com a história do trio?

My Policeman
Marion e Patrick Hazelwood poderiam ser melhores amigos se não amassem o mesmo homem
My Policeman
Pintura do Turner ganha protagonismo na trama de My Policeman

Cerca de 40 anos antes Patrick conhecia seu muso inspirador, descrito em seus diários como “meu policial”. Logo o convida para posar em sua casa-ateliê, pois estava interessado em sua beleza ordinária. É claro que o affair começou na mesma noite entre pincéis e telas. O grande problema é que na época era proibido ser homosexual e as consequências podiam ser violentas e humilhantes. Preocupado com os próprios desejos naquela sociedade, Tom acaba se casando com Marion – uma professora que rapidamente se conecta com o curador. Começa então uma envolvente história sobre segredos e repressões costurada por obras de arte e inspiradoras cenas em Veneza, para onde os dois viajam com a desculpa da montagem de uma exposição deixando Marion furiosa. 

Marion, Tom e Patrick frequentam museus juntos

O clímax da relação gira em torno de uma pintura de William Turner: Tom para na frente da pintura de mar revolto quando Patrick chega para discorrer sua explicação sobre como observar uma obra de arte: “Gosto é apenas saber como algo te faz sentir. O que você sente vendo essa obra?”, desafia. Quando o policial diz sentir a força das ondas, o curador divaga sobre a obra, mas também para os próximos encontros deles: excitante e assustador. Como o amor. 

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