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Instituto Tomie Ohtake comemora 20 anos dialogando com a dança

Exposição apresenta 45 pinturas de Tomie Ohtake e coreografias que refletem sobre gesto, movimento e equilíbrio

por Beta Germano
Tomie Dançante
Emilie Sugai em ensaio na casa-ateliê de Tomie Ohtake

Pode uma pintura dançar? Gesto, ritmo e coreografia são palavras usualmente usadas no mundo das performances, mas também podem ser aplicadas em análises de pinturas e esculturas – especialmente se elas são assinadas por Tomie Ohtake. Para comemorar os 20 anos do instituto que leva o nome da artista, os curadores Paulo Miyada e Priscyla Gomes sugerem um novo olhar para a obra de Tomie, refletindo sobre ideias de linha, equilíbrio, movimento e consciência – corporal e de espaço. Para Tomie Ohtake Dançante, selecionaram 45 pinturas da artista, divididas em 3 atos, e convidaram 5 coreógrafos para criar peças em diálogo com a produção de Tomie: Emilie Sugai,  Rodrigo Pederneiras, Allyson Amaral, Cassi Abranches, Davi Pontes e Eduardo Fukushima. 

Tomie Ohtake, Sem título, 1967
Tomie Ohtake, Sem título, 1967
Tomie Ohtake, Sem título
Tomie Ohtake, Sem título

Os convidados realizaram ensaios abertos na casa-ateliê da artista, assinada por Ruy Ohtake, que foram gravados e estão disponíveis na mostra. Ao longo da exposição, os mesmos irão fazer apresentações em diferentes áreas do instituto convidando o público a criar também estas conversas. 

No primeiro ato, chamado de rasgos e combinações, estão reunidas pinturas da década de 1960, quando Tomie realizava estudos com papéis coloridos retirados de revistas, convites e outros impressos, rasgados à mão e agrupados em pequenas colagens. Com o objetivo de instigar o próprio visitante a ter consciência corporal, os curadores criaram um truque expográfico: o piso da mostra foi revestido por uma camada fina de espuma. “Trata-se de uma sutil quebra da convenção museológica, apenas suficiente para lembrar a cada pessoa que ela também tem um corpo, e que cada movimento depende do encontro do gesto habitual com a consistência do espaço em que se pisa”, ressaltam. 

Tomie Ohtake, Sem título, 1967
Tomie Ohtake, Sem título, 1967
Tomie Ohtake, Sem título, 1967
Tomie Ohtake, Sem título, 1967

Ao entrar na segunda sala, tatear a matéria, o público vivenciará a experiência da penumbra. A ideia é fazer uma referência às  “pinturas cegas” feitas pela artista de olhos fechados, ainda na década de 1960. As obras presentes aqui apontam para noções de densidade,  transparência e textura. 

Tomie Ohtake, Sem título
Tomie Ohtake, Sem título
Tomie Ohtake, Sem título, 1992
Tomie Ohtake, Sem título, 1992

O tecido da primeira sala sobra do chão para o teto apresentando o terceiro e último ato, planos e profundidades composto por pinturas produzidas desde a década de 1970 até 2010. Os planos pendentes recebem obras dos dois lados colocando o visitante em deslocamento, sendo ele próprio, agora, coreógrafo e bailarino.

Tomie Ohtake Dançante

Local: Instituto Tomie Ohtake 

Endereço: Av. Faria Lima 201

Data: De 16 de novembro de 2022 até 19 de março de 2023

Funcionamento: De terça a domingo, das 11h às 20h

Ingresso: grátis

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