Pintor e cineasta belga, Michaël Borremans tem um trabalho peculiar ao misturar uma sensibilidade extremamente contemporânea com referências técnicas da pintura do século 18 – ele se diz influenciado por Édouard Manet, Edgar Degas e Diego Velázquez. “Meu trabalho é pós arte conceitual. Isso não poderia ter sido pintado antes de movimentos como o minimalismo, por exemplo”, explica o artista.
Michaël estudou fotografia, mas em meados dos anos 1990 passou a se interessar pelo desenho e a pintura. Mas a mídia não foi totalmente excluída do seu processo criativo. O artista belga está sempre estudando diferentes formas e expressão e um mesmo tema ou série, caso de Weight, pode aparecer num desenho, fotografia, pintura, escultura ou filme. Ele pinta ideias de escultura e esculpe esboços de desenhos. Usa fotografias antigas ou que ele próprio faz de pessoas e paisagens como inspiração para seu trabalho e, recentemente, passou a usar também esculturas sob encomenda como base para suas pinturas.
Com o livro Michael Borremans: As Sweet as It Gets, da editora alemã Hatje Cantz, você poderá ver imagens de mais de 100 trabalhos produzidos ao longo de 14 anos e, assim, entender seu universo onde há uma estranha sensação de deslocamento e uma beleza muitas vezes parecem delicadas e, ao mesmo tempo, verdadeiramente inquietantes e perturbadoras. As contribuições da publicação incluem uma visão concisa e incisiva da prática de Borremans; uma entrevista reveladora e aprofundada entre o autor principal do livro, Jeffrey Grove, e o artista, abordando processo, influência e questões filosóficas e críticas; além de mais de 50 mini-ensaios sobre os trabalhos, criados por escritores, curadores, cineastas e músicos notáveis.
Famoso pelas paletas complexas e técnicas requintadas e por colocar seus personagens em atitudes instigantes e cenas que estão no limite entre o doce e o mórbido, Borremans se diverte: “Faço comentários implícitos nas telas que são estranhos e, muitas vezes, engraçados”.