Depois de uma pausa e adaptação forçada em toda a cadeia de eventos do mundo da arte, a toda poderosa Hauser & Wirth decidiu que não irá retornar aos seus velhos hábitos, pelo menos quando se trata de emissões de carbono. A galeria, com sedes em Nova York, Hong Kong e Londres, para citar alguns, está revisando aspectos de seu negócio para atender a novos padrões de sustentabilidade. O objetivo é dinamizar suas operações comerciais em todas as suas localidades, a fim de reduzir as emissões de carbono em 50 por cento até 2030.
“Já compensamos o dobro das emissões de nossa galeria diretamente associadas às operações em 2019”, disse Iwan Wirth ao Artnet News. “As compensações de carbono por si só não são suficientes, então selecionamos esquemas que também têm um impacto positivo na biodiversidade e na proteção de habitats ameaçados.” A notícia vem num momento crucial, além de termos cada vez mais certeza que precisamos fazer algo pelo planeta se quisermos continuar existindo nele nos próximos anos, galerias do mundo inteiro começaram a imaginar possibilidades além do massante calendário de viagens e feiras.
Na semana anterior, a Christie’s anunciou uma promessa de se tornar neutra em carbono até 2030, tornando-se a primeira das principais casas de leilão a fazê-lo. A empresa busca desviar 90 % de seus resíduos para fora dos aterros. Também fornecerá aos clientes embalagens e impressos 100% recicláveis ou engradados reutilizáveis . Num esforço para mostrar transparência, a empresa também compartilhou suas recentes emissões de carbono. Medindo entre outubro de 2018 e setembro de 2019, o gráfico mostra que a maioria de suas emissões é atualmente produzida por transporte marítimo – que totaliza 11.600 toneladas cúbicas de carbono – com as emissões de viagens e edifícios empatadas em segundo lugar, ambas 25 por cento com 8.000 toneladas cúbicas de carbono.
“Seria prejudicial para o nosso negócio a médio e longo prazo se não assumirmos o compromisso agora. Nossos clientes esperam isso cada vez mais de nós, e nossos funcionários também são defensores da mudança ”, disse Guillaume Cerutti CEO da Christie’s. A casa de leilão e a galeria também se juntaram à recém-formada Gallery Climate Coalition – um comitê formado por instituições comerciais de arte com uma preocupação compartilhada: “o mundo da arte comercial estava fazendo o suficiente para lidar com nosso impacto ambiental coletivo”, como descrevem no site oficial. Para começar eles estão compartilhando e analisando informações sobre uma série de questões, incluindo transporte, viagens, embalagem, energia, gerenciamento de edifícios, e muito mais. Entre os membros, estão Victoria Siddall e Matthew Slotover, da Frieze; Greg Hilty e Juyoung Yoon, da Lisson Gallery.