- Este evento já passou.
Brígida Baltar na Nara Roesler
9 março, 2023 - 10:00 - 22 abril, 2023 - 18:00
Brígida Baltar (1959–2022): To Make the World a Shelter é a primeira individual da artista brasileira Brígida Baltar em Nova York e tem curadoria de Luis Pérez-Oramas. A mostra busca revelar o impulso poético que guiou uma prática marcada pela articulação entre fabulação e materialidade, com uma seleção de trabalhos que abrange desde o início da produção da artista, na década de 1990, aos seus últimos trabalhos, realizados em 2022. Baltar se manteve dedicada a uma poética sem concessões, envolvendo sua vida e seu corpo na vontade estética de compreender o mundo como uma extensão de sua intimidade. Lidando com a noção de abrigo, a nostalgia tanto do lar quanto da origem como base para uma incessante metamorfose, a artista inseriu em seu trabalho eloquência e sutileza em sua vontade de existir contra o pano de fundo de uma cultura fútil de hiperexposição. Brígida Baltar iniciou sua carreira artística no final da década de 1980, recebendo atenção da crítica nacional e internacional ainda no início de sua trajetória, levando-a a ser convidada a participar de sua primeira Bienal, a 5ª Bienal de Havana, em 1994. Nos anos seguintes, acumulou participação em bienais, tais como a 25ª Bienal de São Paulo (2002), Brasil; a Bienal das Américas (2010), em Denver; e a 17ª Bienal de Cerveira (2013), em Portugal; além de quatro edições da Bienal do Mercosul (2009, 2011, 2015 e 2020), além de ter realizado inúmeras exposições coletivas e individuais. Ela centrou sua pesquisa inicial na experiência, na saudade e no conceito de lar. Morando em uma casa localizada no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, realizou suas obras seminais no início dos anos 1990 a partir de pequenas intervenções performativas centradas no seu corpo e casa, as quais ela fotografou, desdobrando-as em um amplo repertório de ações e objetos, partindo, principalmente, do pó oriundo dos tijolos daquela casa. Com esse material, Baltar produziu inúmeros desenhos em papel, instalações site specific e esculturas, que seguiu desenvolvendo mesmo após mudar de endereço, abraçando uma poética que desejava marcar o rastros de sua morada no mundo exterior, como se, ao disseminar o pó que constituía aquela presença sólida, a artista pudesse sinalizar a possibilidade de um campo ampliado para a noção de abrigo.