Duas exposições simultâneas ocupam a Galeria Raquel Arnaud até o início de maio. Arte cinética: passado e presente e Almandrade hoje: O enigma do traço e da forma, da letra e da palavra. A galeria paulistana foi pioneira ao trazer a arte cinética para o Brasil, nos anos 1980, apresentando grandes nomes do movimento, como os venezuelanos Carlos Cruz-Díez e Jesús Rafael Soto, que completariam 100 anos em 2023. Desde então, a arte cinética se fez presente no acervo de Raquel Arnaud, trabalhando com esses e outros artistas cinéticos. Arte cinética: passado e presente reúne, no piso térreo do espaço, trabalhos de nove artistas de diferentes gerações. Ao lado dos centenários Cruz-Díez e Rafael Soto, estão novos representantes do movimento cinético, como o argentino Felipe Pantone, que faz sua estreia na galeria. Também participam da coletiva Wolfram Ullrich (Alemanha, 1961), François Morellet (França, 1926 – 2016), Elias Crespin (Venezuela, 1965), Luis Tomasello (Argentina, 1915 – França, 2014) e também o brasileiro Sérvulo Esmeraldo (Crato, CE, 1929 – Fortaleza, CE, 2017). A curadoria da exposição é da própria Raquel Arnaud. As obras datam do início dos anos 1970, como E7124, da série Excitables, de Esmeraldo, que é ativada com eletricidade estática, até a escultura Subtractive Variability Dimensional, de Pantone, de 2023. Entre os destaques está o trabalho Mural cromoplástico Brasil, de 2012, de Tomasello, que tem a cultura brasileira como inspiração e foi feito especialmente para a galeria. Já a exposição Almandrade hoje: O enigma do traço e da forma, da letra e da palavra celebra os 50 anos de carreira do artista baiano Almandrade (Antonio Luiz Moraes de Andrade). Artista visual, poeta, arquiteto e mestre em desenho urbano, o artista nasceu em 1953, na cidade de São Felipe, e vive e trabalha em Salvador. Expoente da arte conceitual e da tendência construtiva fora do eixo Rio – São Paulo, Almandrade e sua obra sempre percorreram os limites entre as artes visuais e a poesia, se diferenciando da arte produzida na Bahia. Transitando de modo fluido entre a bi e a tridimensionalidade, entre a imagem e a palavra, é um escultor que trabalha com a cor e o espaço e um pintor que medita sobre a forma, o traço e a cor no plano da tela. Sua primeira mostra na galeria traz obras de diferentes épocas e suportes, em pequeno e médio formatos, entre poemas visuais da década de 1970 até esculturas e pinturas mais recentes, seguindo uma linha estética e uma linguagem em que as diferenças não são contraditórias, são a representação da individualidade de cada trabalho, de acordo com o artista.
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