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Eduardo Ver na Galeria Estação
8 março, 2023 - 11:00 - 13 maio, 2023 - 19:00
A Geometria e o Sagrado é o nome da exposição que marca a entrada do artista plástico Eduardo Ver no hall de artistas representados pela Galeria Estação. Com 16 xilogravuras, a individual apresenta a colecionadores e público obras únicas do artista, sem edição. Um trabalho meticuloso que Ver desenvolve há mais de duas décadas sob a inspiração de simbolismos religiosos, principalmente da Umbanda, que são rascunhados em papel e depois entalhados em madeira, obra que despertou o interesse da galerista Vilma Eid. Ela recorda que graças à insistência de Bené Fonteles, autor do texto do catálogo da exposição, e do artista Sérgio Lucena – que Vilma chama de “padrinhos” de Ver –, passou a prestar atenção à obra do xilogravurista. “Eu conheci seu trabalho ao vivo, pela primeira vez, em uma mostra coletiva no Paço das Artes, em São Paulo, Modernismo desde aqui, com curadoria de Claudinei Roberto. A força do trabalho me pegou. Uma obra corajosa, de grandes dimensões. Símbolos que logo me fizeram lembrar do querido Samico, mas com uma linguagem muito própria desenvolvida por Ver”, afirma a galerista. No texto que escreveu para o catálogo da mostra, Os extraordinários terreiros imaginários de Ver, Fonteles avalia: “Raros criadores dedicados à gravura no Brasil trabalham com tanta lealdade a uma iconografia mitopoética como Eduardo Ver, há duas décadas, com árduo afinco e rara artesania”. Para o artista visual, escritor e curador, uma gravura de Ver contém universos paralelos, múltiplos, e com uma força que não é só expressiva pela estética mas também pela energia que emana de cada campo vibracional que compõe e recompõe mundos. Ainda de acordo com Fonteles, a força gráfica da obra de Ver não provém apenas do solo sagrado que pisa. “Ele nos envolve com narrativas de sua vasta cosmovisão desses terreiros imaginários, revela e vela mundos ainda tão desconhecidos nos quais entidades da Umbanda trafegam e incorporam a alma da terra brasileira”, afirma. “Com sua técnica esmerada, de raro apuro no modo de desenhar e gravar a madeira, imprimir e revelar o além dos mundos, ele nos leva a contemplar e completar sua obra não só com um olhar meramente estético, pois precisamos nos deixar levar pela intensidade e energia transcendente que dela vibra e emana”, pontua.