A exposição Corte, dobra, encaixe destaca a convergência entre as obras de Amilcar de Castro (1920, Paraisópolis, MG – 2002, Belo Horizonte, MG), famoso por suas esculturas em aço corten, e de Kimi Nii (1947, Hiroshima, Japão), cuja prática se dá na cerâmica. Sob a curadoria de Antonio Gonçalves Filho, a mostra ocupa o espaço da Millan no número 1.430 da rua Fradique Coutinho, em Pinheiros, São Paulo. A abertura será em 16 de março, sábado, das 11h às 15h.
A curadoria destaca o propósito estrutural compartilhado por Amilcar de Castro e Kimi Nii —o corte nas peças revela uma intenção marcante, tornando visíveis novas formas tridimensionais nos espaços vazios, que se alteram à medida que o espectador circula as obras.
Além disso, ambos criam relações com a luz em seus trabalhos. Enquanto Amilcar utiliza fendas e incisões no ferro para permitir a entrada da luz, Kimi fecha suas esculturas de cerâmica, utilizando a luz para destacar formas geométricas por meio de encaixes. Apesar das aparentes diferenças, ambos compartilham o conceito de criar obras que são portais para a luz, interagindo com o espaço e sugerindo novas configurações.
Entre as obras em exposição, Kimi apresenta cerâmicas que chegam a medir até 77 cm de altura em uma única peça, demonstrando o domínio da artista. Ela trabalha com uma técnica em que o forno onde a argila é queimada chega a 1300 °C, conferindo um efeito semelhante com a oxidação do ferro ao esmalte que reveste as esculturas.
Enquanto alguns trabalhos da artista japonesa têm dimensões relativamente grandes dados os limites do suporte, entre a seleção de Amilcar há pequenas peças que não passam de 15 cm de altura. No entanto, também são mostrados exemplares de densas esculturas do mineiro, algumas em que as chapas de aço atingem mais de dez centímetros de espessura e chegam a pesar 640 quilos.
Além de obras dispostas diretamente no chão, a mostra conta com uma longa base, de cerca de 11 m de comprimento, que percorre praticamente toda a extensão da sala expositiva — sobre ela, as obras de Kimi e Amilcar convivem lado a lado, permitindo que o visitante encontre as relações e os diálogos entre as produções.
Simultaneamente a Corte, dobra, encaixe, a galeria recebe a exposição Ser híbrido, do escultor gaúcho Saint Clair Cemin, cuja data de encerramento também é em 13 de abril.
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