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Entre retratos contemporâneos e raridades, LACMA inaugura a mostra Black American Portraits

O Los Angeles County Museum of Art (LACMA) inaugurou em 2022 a exibição Black American Portraits, co-curada por Christine Y. Kim e Luz Andrews, provocando um burburinho tão significativo quanto…

por Beta Germano

O Los Angeles County Museum of Art (LACMA) inaugurou em 2022 a exibição Black American Portraits, co-curada por Christine Y. Kim e Luz Andrews, provocando um burburinho tão significativo quanto a tarefa a que se propõe: traçar uma linha do tempo do retrato no universo da comunidade negra estadunidense, a partir de uma pintura rara de 1800. Assim, oferece um vislumbre de como é a narração do país nos retratos criados pelos negros norteamericanos.

Visão lateral de um quadro em uma parede onde é possível ver dois outros quadros pendurados. No quadro do meio há uma pintura que não está totalmente visível, mas parece ser de um homem branco grisalho vestindo camisa branca e terno preto. Debaixo dessa pintura, que está levantada e puxada para o lado, é possível ver uma outra pintura, retratando uma mulher negra com um lenço azul e dourado sobre a cabeça e encarando o observador. Só é possível ver seu rosto, parte de uma perna e parte de um braço. O fundo do quadro é um azul petróleo, e atrás da mulher há uma mesa com um azul petróleo mais claro, sobre a qual há um jarro acobreado sobre uma bandeja do mesmo metal.
Titus Kaphar, “Behind the Myth of Benevolence”, 2014. Visão da instalação. Foto do artista para Hyperallergic.

Quarenta e cinco anos depois da icônica Two Centuries of Black American Art, curada por David Driskell também no LACMA, Black American Portraits atualiza a proposta dos artistas negros estadunidenses de utilizar os retratos para criar uma representação a partir do olhar sobre si mesmos.

A exposição abrange retratos em diversos de suportes, que incluem o daguerreótipo, o ferrótipo e outras técnicas antigas de fotografia, e contrapõe o viés da cultura visual que recorrentemente espetaculariza e fetichiza o sofrimento negro, ao evocar amor, abundância, comunidade e exuberância. Incluindo obras em preto e branco de fotógrafos contemporâneos como Roy DeCarava e Dawoud Bey, a mostra aproveita a oportunidade para imprimir nova forma de relação entre a fotografia e os corpos negros, historicamente ligadas a empreitadas científicas que tratava os sujeitos retratados como meros objetos.

Mulher negra que aparenta ter cerca de 50 anos apoiando os braços em um muro branco e com a cabeça apoiada de lado sobre os braços, olhando na direção do observador, com olhos semicerrados. Elar veste uma blusa azul marinho com bolinhas brancas e tem um cabelo curto e crespo. Atrás da mulher há uma porta de madeira e vidro, com uma cortina verde do lado de dentro., e do lado esquerdo do quadro se vê uma folhagem verde vívida.
rafa esparza, “big chillin with Patrisse”, 2021. Acrílica sobre adobe.

A coletiva conta, ainda, com uma seção de pinturas monumentais impressionante, incluindo trabalhos de artistas como Barkley L. Hendricks, Amy Sherald, Kehinde Wiley e Mickalene Thomas. O resultado é não só um panorama formal da história da arte na pintura figurativa, mas também a história da amizade entre artistas trabalhando dentro de uma mesma tradição.

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