Conheça cinco artistas de evidência global em mostra na Comporta

A Fortes D’Aloia & Gabriel, em parceria com a Nara Roesler, apresenta a quarta edição do projeto expositivo colaborativo em Comporta, Portugal, contando com artistas de três continentes

Vista da exposição “Stirring the Pot”, em Comporta, Portugal. Cortesia Fortes D’Aloia & Gabriel e Nara Roesler. Foto: Bruno Lopes

Iniciada em 2021, a exposição de verão em Comporta é uma pop-up que foge do formato tradicional de exposições e feiras, buscando modelos alternativos e projetos colaborativos. A Casa de Cultura da Comporta, um antigo celeiro de arroz que funcionou como cinema desde os anos 1960, inaugurou, no dia 13 de julho, a mostra coletiva intitulada “Stirring the Pot”, com curadoria de Nancy Dantas. A exposição apresenta trabalhos de cinco artistas contemporâneos, abrangendo o Brasil, a África do Sul e os Estados Unidos.

O projeto já contou com parcerias de destaque: em 2021, com as galerias Luisa Strina e Sé Galeria de São Paulo; em 2022, com a Clearing de Nova York e Madragoa de Lisboa; e em 2023, com a kurimanzutto da Cidade do México.

Neste ano, a exposição conta com Alberto Pitta, Igshaan Adams, Marina Rheingantz, Efrain Almeida e Leonardo Drew, que, apesar da distância geográfica, compartilham uma evidente afinidade através de uma noção abstrata de paisagem. Descubra mais sobre cada um deles.

Alberto Pitta, Ogum que são sete, 2023

Alberto Pitta | Salvador, Brasil, 1961

Com uma carreira de mais de quatro décadas, Pitta centra seu trabalho em estamparia têxtil e serigrafia, além de transitar entre pintura e escultura nos últimos anos. Sua produção é fortemente ligada a festividades populares e a indumentária – vestuário utilizado em determinada época, região ou povo. Traçando conexões entre o ancestral e o contemporâneo, Pitta cria estampas para blocos afro de carnaval e conecta sua arte à religiosidade de matriz africana, encontrando referências tanto nas ruas quanto nos terreiros de candomblé.

Igshaan Adams, Gebedswolke (ii), 2021-2024

Igshaan Adams | Cidade do Cabo, África do Sul, 1982

Integrando performance, tecelagem, escultura e instalação, Igshaan Adams utiliza experiências pessoais para contestar fronteiras raciais, sexuais e religiosas, criando uma topografia interseccional em sua obra. O artista, cujo trabalho foi destaque na 59ª Bienal de Veneza em 2022 e na 35ª Bienal da São Paulo em 2023, incorpora referências culturais com materiais diversos como miçangas, arame, linóleo, fio de algodão e tecido. Em seu processo criativo, Adams explora a manipulação intuitiva desses elementos, bem como suas respostas táteis, permitindo que cada um contribua significativamente para a narrativa de suas obras.

Marina Rheingantz, Kiss Me, 2024

Marina Rheingantz | Araraquara, Brasil, 1983

Marina Rheingantz transforma a pintura de paisagem em composições que mesclam padrões ordenados e cores com marcas gestuais intuitivas. Baseadas em memórias, fotografias e eventos meteorológicos, suas obras criam espaços imaginários onde a forma estrutural se dissolve em fragmentos mínimos, sugerindo uma subtração de elementos, quando na verdade a artista os adiciona. Ela privilegia a textura e as variações de superfície, resultando em uma espacialidade instável. Ao observar suas telas de diferentes distâncias, o que parecia um lago ou montanha se torna uma marca abstrata de tinta.

Efrain Almeida, Lavadeirinha, 2015

Efrain Almeida | Boa Viagem, Brasil, 1964

Por meio de esculturas, aquarelas e desenhos, o artista cearense combina elementos da cultura popular nordestina, como as técnicas e o vocabulário dos entalhadores do sertão e dos santeiros católicos, com aspectos de sua biografia pessoal, criando composições líricas. Diferentes tipos de aves são motivos recorrentes em seu trabalho, fazendo referência tanto às características de suas regiões nativas quanto às memórias do artista.

Leonardo Drew, Number 276, 2020

Leonardo Drew | Tallahassee, EUA, 1961

Há mais de três décadas, Leonardo Drew é conhecido por criar esculturas abstratas que exploram a tensão entre ordem e caos. Em escalas grandiosas, suas obras remetem à escultura pós-minimalista e ao passado industrial dos EUA. Drew transforma materiais brutos como madeira, ferro velho e algodão para articular temas emocionais como o ciclo da vida, decomposição e erosão do tempo.

Serviço:
Stirring the Pot
Local: Casa de Cultura da Comporta
Período expositivo: Até 31 de agosto de 2024
Ingresso: Gratuito

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