Nas cenas idílicas do argentino Max Gómez Canle que remetem a paisagens de artistas viajantes do século 16, a flora coexiste com enormes blocos geométricos cor de terra, que dão um tom surrealista aos trabalhos. Passado, presente e futuro sem contornos definidos. É nesse clima que a Casa Triângulo abre, na próxima sexta, dia 5.2, a exposição Max Gómez Canle: Fuera de lugar, quarta individual do artista na galeria.
Natalia Malamute, curadora da exposição ao lado de Violeta Mollo, chama atenção para o fato de que essas construções parecem não projetar a própria sombra. “As pinturas de Max Gómez Canle produzem uma experiência similar ao perceber um glitch em um videogame: um sistema com bom funcionamento começa a detonar pequenos indicadores, piscadas não previstas que te descolocam”, afirma. “Porém não funcionam apenas como pequenas falhas perceptíveis a vistas atentas, mas que também incluem outra contradição. Rapidamente podem se converter em truques, novas janelas que nos permitem transitar por diferentes caminhos”, completa. Vale lembrar que o jogo Tetris e outras referências digitais atravessam o universo do artista de diferentes formas.
Gómez Canle lixa as pinturas e depois desse processo torna-se mais difícil ainda decifrar a que periodo elas pertecem. As pequenas obras se assemelham a relíquias descobertas em um falso descobrimento arqueológico. “Ele tem a habilidade de construir espaços de curiosidade e intriga por onde gostaríamos de passear”, completa Malamute.
Max Gómez Canle: Fuera de lugar
Data: 5 de fevereiro a 19 de março
Local: Casa Triângulo
Endereço: r. Estados Unidos, 1.324
Funcionamento: terça a sexta, das 10h às 10h; sábado das 10h às 17h
Ingresso: grátis