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AQA indica: 5 mostras para visitar no aniversário de SP

Rosana Paulino na galeria Mendes Wood DM Depois de ganhar uma generosa e merecida retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo, Rosana Paulino anunciou que entrou para o time da galeria…

por Beta Germano

Rosana Paulino, Soldados, 2006

Rosana Paulino na galeria Mendes Wood DM

Depois de ganhar uma generosa e merecida retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo, Rosana Paulino anunciou que entrou para o time da galeria Mendes Wood DM com outra bela mostra que vale ver. Este é a última semana de BÚFULA, na qual a artista apresenta um conjunto de esculturas, aquarelas, desenhos e colagens que exploram não só sua história e experiência como uma mulher negra no Brasil, mas também traz à tona elementos da construção do imaginário nacional que foi moldado com marcas profundas oriundas da escravidão. A ideia é partir do âmbito pessoal para o social com a proposta de compreender a posição da mulher negra na sociedade brasileira e os motivos pelos quais esta população sofre com tanta violência – moral e física. Obras potentes e, ao mesmo tempo, delicadas. Até 31 de Janeiro.

Fernanda Gomes, Sem título, 2017. Foto: Pat Kilgore

Fernanda Gomes na Pinacoteca

Mestre em transformar lixo em luxo, Fernanda Gomes transformou algumas salas da Pinacoteca de São Paulo em seu ateliê para fazer uma magnifica grande instalação a partir de objetos que ela própria recolhe na rua ou ganha de amigos entusiastas. Materiais ordinários — como gesso, madeira e vidro — são submetidos a operações manuais aparentemente simples, como amarrar, colar ou apenas posicionar e espalhar no espaço. O branco, para Fernanda, é ideal por se tratar de todas e, ao mesmo tempo, nenhuma cor. E a “ausência” é a palavra de ordem: a exposição e as obras não trazem nomes ou códigos de especificidade em suas legendas “o que, em última instância, favorece as possibilidades de conexão entre uma e as outras, entre todas e o entorno, sem data-las nem descrever materiais comuns ou técnicas peculiares, que requerem mais perícia ou labor do que método”, revela o curador José Augusto Ribeiro. Não perca a oportunidade de ver como a artista carioca trabalha com luz, volume, materialidade e formas de maneira pura e precisa. Até 24 de Fevereiro.

Color in Space and Time

Cruz Diez no Espaço Cultural Porto Seguro

Se o trabalho Fernanda é sobre a ausência de cor, Cruz Diez ficou célebre por explorar todas as possibilidades do verde, amarelo, laranja, rosa, roxo, vermelho, entre outras. Cruz-Diez: a liberdade da cor, curada por Rodrigo Villela, foi a última mostra idealizada pelo artista franco-venezuelano que propunha um radical mergulho na cor em si – liberta ao máximo do aspecto decorativo ou secundário na representação artística. Ao observar a luminosidade das garrafas que seu pai produzia artesanalmente, Cruz Diez se apaixonou pela potência das cores e como elas “dançam” a partir de experiências com luz e movimento. A exposição imersiva é composta por 8 obras, além de 20 fotos, apresentando de forma didática pesquisas e pensamento para além da arte cinética – movimento que consagrou Diez e muitos colegas que compartilhavam a mesma paixão por luz, movimento e pigmento. Programe sua visita e leve as crianças! Até 2 de fevereiro.

HIDIRTINA / SISTERS, de Ezra Wube

Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, no Sesc 24 de maio

Sob o título Comunidades Imaginadas, a 21ª edição da Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil buscou reflexões sobre a relação entre disputas que marcam nosso tempo e a forte presença de nacionalismos no mínimo preocupante. Comunidades imaginadas toma de empréstimo o título do clássico estudo de Benedict Anderson para pensar nos tipos de organização social e comunitária que existem para além, às margens ou nas brechas dos Estados-nação: comunidades religiosas ou místicas, grupos refugiados de seus territórios originais, comunidades clandestinas, fictícias, utópicas ou aquelas constituídas nos universos subterrâneos de vivências corporais, sexuais. Estas margens são discutidas por artistas do chamado “sul político”, incluindo uma potente representação indígenas. “Eu estava cansado de ver as pessoas chegando na minha aldeia para registrar como a gente vivia….achei qeu eu mesmo deveria fazer este registro, com o meu ponto de vista”, explicou o Shapu Mëo Matis, professor e fotógrafo indígena da Aldeia Parayso, em Atalaia do Norte. Confira as obras que você não pode perder e entenda como Shapu Mëo Matis e muitos outros se relacionam com o mundo e os tempos em que vivemos. Até 2 de fevereiro.

Cildo Meireles

Cildo Meireles no Sesc Pompeia

Um dos mais importantes nomes da arte conceitual brasileira, Cildo Meireles ganhou uma significativa retrospectiva no Sesc Pompéia. Fato histórico: muitas das obras nunca foram montadas no Brasil e não é sinal de serem expostas novamente…então corre! A mostra traz desde os estudos formais do jovem Cildo até célebres instalações como Amerikkka, com 17 mil ovos de madeira e 33 mil balas de armas de fogo; Olvido, uma tenda indígena coberta por cédulas de dinheiro de países americanos sobre uma “piscina”de ossos; e, ainda, Missão, Missões (Como construir catedrais) , instalação composta por um “mar” de moedas representando o ouro e a ganância humana conectado por hóstias a um teto de ossos. Potente, necessário, imperdível. Até 2 de fevereiro.

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