Figura de singular trajetória na arte contemporânea, o franco-venezuelano Carlos Cruz-Diez (1923 – 2019) dedicou sua vida ao estudo da cor nas artes contemporâneas. Artista profícuo, autor de pinturas, fotografias e instalações, foi aos poucos afastando suas criações das formas, anedotas, símbolos e até mesmo signos, num radical mergulho na cor em si – liberta ao máximo do aspecto decorativo ou secundário na representação artística. Sua extensa obra é agora celebrada na mostra Cruz-Diez: a liberdade da cor, exposição em cartaz de 9 de novembro a 2 de fevereiro, no Espaço Cultural Porto Seguro, com curadoria de Rodrigo Villela.
Nascido em Caracas, na Venezuela, Cruz-Diez interessou-se pela cor ainda criança, ao admirar a dança luminosa das garrafas que seu pai fabricava artesanalmente. Manteve a paixão pelas cores e pela potência expressiva dos fenômenos luminosos por toda a vida. Em meados de 1950, iniciou suas experimentações artísticas com a cor, o movimento e a luz e, na década seguinte, mudou-se para França, onde residiu e produziu incessantemente até seu recente falecimento, em julho deste ano.
Com um conjunto de 8 obras, além de 20 fotos, a exposição faz um percurso imersivo em diferentes fases do trabalho do artista, apresentando sua pesquisa e pensamento para além da arte cinética, movimento no qual é reconhecido como expoente pela crítica mundial. No espaço térreo da instituição, quatro obras emblemáticas da trajetória de Cruz-Diez, três fisicromias e uma transcromia, abrem a mostra. Oriundos de coleções brasileiras, são trabalhos que introduzem o público a alguns dos fenômenos perceptivos e procedimentos fundamentais na pesquisa cromática de Cruz-Diez. Inédita no Brasil, Labirinto Transcromia (1965/ 2017), exibida no mezanino, é um convite à interação dos visitantes, que se tornam agentes criativos na mostra.
Cruz-Diez: a liberdade da cor
Curadoria: Rodrigo Villela
Abertura: 09/11/19, 11h-19h
Visitação: Até 02/02/2020; terça a sábado, 10h-19h; domingo, 10h-17h
Espaço Cultural Porto Seguro: Alameda Barão de Piracicaba, 610, São Paulo. Entrada gratuita