34ª Bienal de São Paulo divulga lista completa de artistas participantes com 91 nomes

Curadoria considerou uma seleção bastante plural de artistas, trazendo “múltiplas cosmovisões, culturas e momentos históricos”; também é lançado um catálogo digital inédito

por Jamyle Rkain
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Belkis Ayon, The supper, 1988. Foto: José A. Figueroa. Cortesia de Belkis Ayón Estate

A lista com os nomes de todos os artistas que participarão da 34ª Bienal de São Paulo foi divulgada nesta quinta-feira, 27 de maio. São, ao todo, 91 artistas que terão obras na exposição principal desta edição, tendo dois duos e um coletivo entre eles. São artistas bastante plurais, de 39 países, de todos os continentes (exceto a Antártica), que estarão na mostra que acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo de setembro a dezembro de 2021.

Como já noticiamos aqui no AQA, a mostra principal foi transferida para este ano por causa da pandemia, bem como dezenas de exposições que seriam realizadas simultaneamente em outras instituições da cidade de São Paulo e que têm ligação com a Bienal. A mudança no calendário culminou em uma coincidência bastante interessante e importante: a abertura desta edição vai marcar o aniversário de 70 anos da 1ª Bienal, que aconteceu em 1951.

Sueli Maxakali, Ũn te kuxak kuk top hemãhã [Ela tira gordura da capivara]. Cortesia da artista. 2005
 

A 34ª Bienal de São Paulo: Faz Escuro Mas eu Canto é marcada por um desejo de “estabelecer pontes entre obras e artistas que refletem múltiplas cosmovisões, culturas e momentos históricos”, como explica o curador-geral, Jacopo Crivelli Visconti. Baseando-se na poética da relação do ensaísta, filósofo e poeta Édouard Glissant, que discute a proposição de que “falamos e escrevemos sempre na presença de todas as línguas do mundo”, a equipe curatorial da Bienal buscou direcionar um caráter bem diverso a esta edição.

O resultado disso está bastante explícito na lista, que tem distribuição equilibrada entre artistas mulheres e homens, e também cerca de 4% de artistas que identificam-se como não-binários. Além disso, 10% da lista é composta por artistas de origem indígena, sendo a maior presença de representantes de povos originários que já existiu na Bienal.

Arjan Martins, Atlântico, 2016. Foto: Pepe Schettino. Cortesia do artista

Mais da metade dos artistas já havia sido anunciada, agora mais 35 somam-se a eles. A lista completa pode ser conferida clicando aqui. Dentre os novos nomes estão Arjan Martins (Brasil), Belkis Ayón (Cuba), Pierre Verger (França), Paulo Kapela (Angola), Haris Epaminonda (Chipre) Roger Bernat (Espanha), Nalini Malani(Paquistão), Lee ‘Scratch’ Perry (Jamaica), Pia Arke (Groelândia), Hsu Che-Yu (Taiwan) e Sueli Maxakali (Brasil).

Outra novidade trazida pela Bienal nesta quinta-feira é um catálogo digital inédito, sob o título tenteio, que assim como o título da edição como um todo (Faz escuro mas eu canto), homenageia o poeta amazonense Thiago de Mello, que fez 95 anos no último dia 30 de março. Essa é a primeira vez que a Fundação Bienal realiza um catálogo essencialmente digital para uma edição da Bienal de SP, que terá seu conteúdo acrescentado ao catálogo impresso da exposição principal em setembro. Para acessar o catálogo tenteio, clique aqui.

Esta publicação tem contribuições visuais e textuais de todos os 91 artistas participantes, sob coordenação de Elvira Dyangani Ose (editora convidada da 34ª Bienal, em colaboração com The Showroom – Londres) e Vitor Cesar (designer e autor da linguagem visual desta edição), que “se debruçaram sobre a realização de um catálogo que refletisse as poéticas de ensaio aberto e de “relação”, preceitos norteadores para a curadoria da edição”.

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