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34ª Bienal de São Paulo abre nova mostra presencial e anuncia mais nomes de Faz escuro mas eu canto

por Beta Germano
Paulo Nazareth
Paulo Nazareth

Como vocês já sabem, a 34ª Bienal de São Paulo se propõe a ser expandida no espaço e no tempo: além das parcerias com outras instituições espalhadas por São Paulo, a programação previa algumas exposições no Pavilhão Ciccillo Matarazzo ao longo de 2020 até a inauguração na mostra principal,  Faz escuro mas eu canto.

A Bienal começou com a performance de Neo Muyanga e uma exposição da peruana Ximena Garrido Lecca, mas a epidemia do COVID-19 mudou o rumo dos planos e a exposição foi adiada para setembro de 2021. Isso não significa, entretanto, que a  34ª Bienal de São Paulo parou! Muito pelo contrário: a equipe curatorial permanece ativa com uma intensa programação online, incluindo visitas virtuais em ateliês; conversas entre curadores e os artistas; e, um minicurso composto por 4 reuniões virtuais de 1h30 de duração, nas quais são aprofundados os temas abordados pela mostra. E com o início da fase verde as instituições de São Paulo começaram a abrir oferecendo ao público possibilidades de compreender alguns aspectos de artistas que estarão em Faz escuro mas eu canto – caso da exposição de Antonio Dias, no MAM;  e da Joan Jonas, na Pinacoteca. 

Neo Muyanga
Performance “A Maze in Grace” de Neo Muyanga

Para melhorar, a partir do dia 14 de novembro, abre a exposição presencial Vento, com 21 artistas.  A exposição não estava na programação inicial e sinaliza um ajuste de rumo do projeto curatorial desta edição. Afinal, se todas os centros culturais e exposições estão sendo adaptados para seguir as normas de segurança sanitária, é importante, nos novos tempos, repensar a mostra também conceitualmente.  

Entre os nomes internacionais da mostra estão Eleonore Koch, artista alemã que morou no Brasil e foi pupila de Volpi; a colombiana Gala Porras-Kim, conhecida por questionar os significados e  valor cultural de objetos, artefatos e arquiteturas; a compositora colombiana Jacqueline Nova;  o japonês Koki Tanaka, famoso pelas videoinstalações que tomam partido da repetição e padrões; e, o holandês Melvin Moti que examina processos neurológicos, científicos e históricos em relação à cultura visual. Entre os brasileiros, estão a Alice Shintani e Musa Michelle Mattiuzzi – responsável por performances que buscam questionar a objetificação da mulher negra. A artista pondera, ainda, como processos de inclusão se dão, no mercado de arte, pela exclusão.

No dia anterior da abertura,  acontecerá uma performance de Paulo Nazareth no edifício fechado – sem público presencial, mas com cobertura ao vivo nas mídias do ARTEQUEACONTECE e da Bienal de São Paulo. 

Musa Michelle Mattiuzzi
Musa Michelle Mattiuzzi

Vento funciona como o índice desta edição da Bienal, no sentido de que aponta alguns dos temas que voltarão expandidos na exposição de setembro do ano que vem, e ao mesmo tempo se refere ao que já aconteceu, assim como o índice constitui, em semiótica, o rastro”. explica Jacopo Crivelli Visconti. Serão exploradas, portanto, questões como resistência, perenidade e resiliência; repetição e memória;  a relação entre corpo e conhecimento; identidade, autorrepresentação, circulação e visibilidade. 

O curador adjunto Paulo Miyada complementa: “O projeto desta Bienal sempre teve a intenção de mostrar as mesmas obras mais de uma vez, em contextos e momentos distintos, para enfatizar que nada permanece idêntico, nem as obras de arte, nem o público, nem o mundo ao redor. Este movimento começa a se concretizar com esta exposição, ganha força com as mostras da rede que passam a ser apresentadas a partir de agora e deságua em setembro do ano que vem”. 

Os artistas já anunciados para 34ª Bienal de São Paulo são:  Alice Shintani, Ana Adamović, Eleonore Koch, Gala Porras-Kim, Jacqueline Nova, Koki Tanaka, Luisa Cunha, Melvin Moti, Musa Michelle Mattiuzzi, Paulo Nazareth, Antonio Dias, Clara Ianni, Deana Lawson, Edurne Rubio, Jaider Esbell, Joan Jonas, León Ferrari, Neo Muyanga, Regina Silveira, Ximena Garrido-Lecca, Yuko Mohri.

Vento

Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo

Data: De 14 de novembro até 13 de dezembro

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n

Luisa Cunha
Luisa Cunha
Koki Tanaka
Koki Tanaka

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