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Quais as mostras internacionais imperdíveis em 2023?

De Vermeer a Georgia O’Keeffe, de Buenos Aires a Estocolmo, veja 23 destaques mês a mês na programação de artes ao redor do globo

por Luciana Pareja
12 minuto(s)
Obra de Carrie Mae Weems, que ganha sua primeira retrospectiva no Reino Unido no Barbican (divulgação)

O ano das artes já está começando, e algumas exposições ao redor do globo prometem encher os olhos e cativar os corações. Separamos 23 mostras imperdíveis para quem estiver de passagem por cidades como Buenos Aires, Miami, Los Angeles, Berlim e Estocolmo, sem falar nas capitais obrigatórias, como Paris, Londres e Nova York. 

Organizada mês a mês, nossa lista te ajuda a saber o que não perder na sua viagem de férias ou no seu roteiro internacional em busca do melhor da arte fora do Brasil. De Vermeer a Georgia O’Keeffe, passando por renascentistas, impressionistas, modernistas e contemporâneos, fique por dentro do que 2023 reserva em matéria de exibições artísticas ao redor do globo.

Janeiro

O compositor francês Serge Gainsbourg, que ganha mostra no Pompidou, em Paris (divulgação)

Serge Gainsbourg – Le Mot Exact 

25/1 a 8/5  

Centre Pompidou, Paris

A trajetória do músico e multiartista francês Serge Gainsbourg é recontada por meio de partituras, anotações, cartas e imagens. Quem não conhece um dos compositores mais emblemáticos e controversos da França tem a oportunidade de acompanhar sua produção de próprio pulso, e quem o conhece pode mergulhar em sua obra e vida.

Fevereiro

Obra de Carolina Caycedo, uma das artistas da 15ª Bienal de Sharjah (divulgação)

15ª Bienal de Sharjah – Thinking Historically in the Present 

7/2 a 11/6 

Sharjah, Emirados Árabes

Concebida por Okwui Enwezor (1963–2019) antes de sua morte, essa edição de uma das Bienais mais relevantes do Oriente Médio tem curadoria final de Hoor Al Qasimi, presidente e diretora da Sharjah Art Foundation. O conceito central de “pensar o presente por meio do passado” é articulado em mais de 300 obras de mais de 150 artistas do mundo todo.

A Leiteira, que estará na megarretrospectiva do pintor no Rijksmuseum (divulgação)

Vermeer

10/2 a 4/6 

Rijksmuseum, Amesterdã

Um dos mestres da pintura da chamada Idade de Ouro Holandesa, Johannes Vermeer (1632-1675) ganha uma retrospectiva abrangente, com um conjunto de obras-primas nunca antes reunido. Aproveitando a conclusão do restauro da obra A Leiteira, o Rijksmuseum apresenta também telas como Mulher Segurando uma Balança (1662-1663), Senhora Escrevendo uma Carta (1666) e a icônica Moça com Brinco de Pérola (1665), entre mais de 23 peças vindas de seu acervo e de instituições do mundo todo.

Lygia Pape, Tecelar, 1958 (divulgação)

Lygia Pape: Tecelares 

11/2 a 4/6 

Art Institute of Chicago

Cem xilogravuras pouco conhecidas de Lygia Pape, realizadas entre as décadas de  1950 e 1960, ganham mostra abrangente. Nomeadas pela artista posteriormente, nos anos 1970, como Tecelares, as obras retomam o neoconcretismo a partir de estruturas geométricas simples, remetendo ao interesse de Pape pela manufatura e pelo artesanal, como também pela iconografia indígena brasileira.

Março

Le Balcon (1868-1869), obra de Edouard Manet que estará na mostra do Musée d’Orsay (divulgação)

Manet/ Degas 

28/3 a 23/7 

Musée d’Orsay 

(24/9/23 a 7/1/24 – The Metropolitan Museum of Art, Nova York)

Você sabia que Edouard Manet e Edgar Degas eram amigos muito próximos? Com apenas dois anos de diferença entre si, Manet (1832-1883) e Degas (1834-1917) eram amigos e, às vezes, rivais na recriação da pintura na França do fim do século 19. Mostrando suas carreiras em paralelo e, lado a lado, mais de 150 telas e desenhos, a exposição investiga como os objetivos artísticos e as abordagens dos dois ícones se aproximam e distanciam.

Marcela Cantuária: The South American Dream

Abertura 23/3 

Pérez Art Museu, Miami

Na individual, a artista carioca realiza uma instalação pictórica na galeria de altura dupla do museu norte-americano. Partindo das imagens potentes e alegóricas próprias do trabalho de Marcela, a obra analisa e reimagina a luta pelo “sonho americano” tomando Miami como fronteira entre o Sul e o Norte globais e tendo como protagonistas as mulheres.

Abril

Parte do quadríptico Birkenau (2014), destaque da exposição (divulgação)

Gerhard Richter: 100 Works for Berlin

1/4 até 2026 

Neue Nationalgalerie, Berlim

A exposição traz ao público as cerca de cem obras deixadas em comodato de longo prazo na instituição alemã pela Gerard Richter Foundation. A principal delas é o quadríptico Birkenau (2014), resultado da pesquisa de Richter sobre o holocausto nazista e suas formas de representação, partindo de quatro foto do campo de concentração Auschwitz-Birkenau.

United States Part 1-4 (1983), de Laurie Anderson (divulgação)

Laurie Anderson 

1/4 a 3/9 

Moderna Museet, Estocolmo

A figura legendária da arte de vanguarda, da música e da cultura indie desde os anos 1970 cria uma narrativa que entrelaça obras recentes a outras do passado. É a a maior exposição individual de Laurie Anderson já realizada na Europa até agora.

Inmaculada (1658), de Juan de Pareja (CC Wikimedia Commons)

Juan de Pareja: Afro-Hispanic Painter 

3/4 a 16/7 

The Metropolitan Museum of Art, Nova York

A partir da trajetória e das obras do pintor Juan de Pareja (ca. 1608-1670), a exposição enfoca um dos papéis menos analisados do meio artístico: o trabalhador escravizado no ateliê de um grande mestre. Além de ser o modelo de um dos mais célebres retratos de Diego Velázquez (1599-1660), o afro-espanhol Pareja foi servo-aprendiz do pintor espanhol durante mais de 20 anos, e só depois pode se tornar ele mesmo um pintor.

foto de Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat (1985) por Michael Halsband (divulgação)

Basquiat X Warhol, à Quatre Mains

5/4 a 28/8 

Fondation Louis Vuitton, Paris

A exposição traz mais de cem telas assinadas conjuntamente por Jean-Michel Basquiat (1960-1988) e Andy Warhol (1928-1987), além de obras individuais dos dois artistas mais um conjunto de trabalhos de Keith Harring, Jenny Holzer, Kenny Scharf, entre outros, para dar um panorama da cena artística nova-iorquina da época.

Simone Lee 

6/4 a 4/9

Institute of Contemporary Art, Boston

Primeira exposição panorâmica do trabalho de Simone Leigh (Chicago, 1967), uma das artistas norte-americanas mais proeminentes de sua geração. Com uma pesquisa sobre aproximadamente vinte anos de produção de Leigh em cerâmica, bronze, vídeo e instalação, a mostra apresenta ainda obras da artista para a 59ª Bienal de Veneza (2022), da qual participou como representante dos EUA.

Georgia O’Keefe: To See Takes Time

9/4 a 12/8

MoMA, Nova York

Mais conhecida por suas pinturas de flores, a icônica artista norte-americana ganha exibição voltada para obras menos famosas, mas não menos importantes dentro de sua trajetória, tanto em tela quanto em papel. Séries de trabalhos em carvão, lápis, aquarela e pastel trazem temas recorrentes da obra da artista, conectada às formas e ao ritmo da natureza. 

The Ten Largest, Group IV, No. 3 Youth (1907), de Hilma af Klint (divulgação)

Hilma Af Klint & Piet Mondrian 

20/4 a 3/9 

Tate Modern, Londres

Quem imagina que a organicidade e a delicadeza das linhas fluidas da sueca Hilma af Klint (1862-1944) se alinham com o grafismo minimalista do holandês Piet Mondrian (1872-1944)? Pois é o que vai mostrar a exposição da Tate Modern, realizada em parceria com o Kunstmuseum Den Haag. Se os resultados diferem, os dois artistas, contemporâneos entre si, compartilhavam ideias sobre espiritualidade, descobertas científicas e filosofia.

Chosen Memories: Contemporary Latin-American Art from the Patricia Phelps

de Cisneros Gift and Beyond 

30/4 a 9/9

MoMA, Nova York

A exposição apresenta trabalhos de 40 artistas latino-americanos, entre eles Rosângela Rennó, Alejandro Cesarco (Uruguay) e José Alejandro Restrepo (Colômbia), que figuram na doação de mais de cem obras pela Colección Patricia Phelps de Cisneros ao MoMA, em diálogo com outros trabalhos do acervo de Arte Latino-Americana do museu.

Maio

foto da instalação Palimpsest, de Doris Salcedo (divulgação)

Doris Salcedo: Palimpsest

21/5 a 17/9 

Fondation Beyeler, Basileia (Suíça)

A instituição suíça exibe Palimpsest, uma instalação em grande escala da artista colombiana que homenageia os refugiados e imigrantes que nos últimos 20 anos morreram na perigosa travessia entre o Mar Mediterrâneo e a Europa, na tentativa de encontrar uma vida melhor, exibindo seus nomes no piso de pedra de uma enorme sala branca, aos quais se sobrepõem outros nomes escritos em água.

Tacita Dean – A Carte Blanche

abertura 24/5

Bourse de Commerce – Pinault Collection, Paris

Na exposição, a artista britânica apresenta trabalhos recentes, entre pinturas, filmes e fotografias evidenciando sua poética atmosférica, em que glaciares, o curso coreografado do sol, árvores Sakura enfeitadas com suas flores efêmeras e paisagens trêmulas representam os ciclos naturais e seus elementos fadados a desaparecer. 

Sem título (1982), de Keith Haring (divulgação)

Keith Haring: Art Is for Everybody

27/5 a 8/10

The Broad, Los Angeles

Pela primeira vez, um museu de Los Angeles realiza uma grande retrospectiva do artista norte-americano, famoso por seus trabalhos baseados em seus grafittis nos metrôs e ruas da Nova York dos anos 1970-80. Com mais de 120 trabalhos, a curadoria da gerente de exposições do The Broad, Sarah Loyer, vai ocupar dez salas da instituição.

Junho

Videoinstalação de Carrie Mae Weems (divulgação)

Carrie Mae Weems 

21/6 a 3/9

Barbican Centre, Londres

Conhecida por sua abordagem radical sobre questões como poder, identidade, justiça social e desejo através de representações de gênero, raça e classe em performances e vídeos, a norte-americana Carrie Mae Weems ganha sua primeira retrospectiva no Reino Unido, trazendo trabalhos produzidos desde o início dos anos 1980 até a atualidade, como a icônica instalação The Shape of Things (2021), que enfoca a história da violência nos EUA.

Maria Callas na ópera La Traviata, de Verdi, na Royal Opera House, em Londres (1958, divulgação)

Diva 

abertura 24/6 

Victoria & Albert Museum, Londres

A exposição celebra o poder e a criatividade de artistas icônicas, explorando e redefinindo o papel da “diva” e de como ele vem sendo subvertido ou idolatrado ao longo da História da ópera, do palco, música popular e cinema, por meio de iconografia, efêmera, figurinos e vídeos.

Julho

Sikan con Chivo (1993), de Belkis Ayón

Belkis Ayón: Retrospectiva 

7/7 a 9/10

Malba, Buenos Aires

A artista cubana Belkis Ayón (Havana, 1967-1999) ficou conhecida por suas gravuras fortemente alegóricas, remetendo à espiritualidade por meio do mito da Sociedad Secreta Abakuá. A retrospectiva do Malba, que vai exibir tanto gravuras quanto matrizes, é a primeira dedicada à artista na América Latina.

Setembro

Extreme Tension: Art between Politics and Society, 1945 until the 1990

9/9/23 a 13/7/25 

Neue Nationalgalerie, Berlim

Quase nenhuma outra era foi tão marcada pela divisão, ruptura e transformação como o período após a Segunda Guerra Mundial. Daí o título da mostra, que traz obras-chave europeias e norte-americanas do acervo de pós-guerra da Neue Nationalgalerie, explorando temas artísticos e sociais como realismo e abstração, política e sociedade, vida cotidiana e cultura pop, feminismo e natureza e ecologia. 

Marina Abramovic 

23/9 a 10/12 

Royal Academy of Art, Londres

A primeira grande retrospectiva no Reino Unido da artista icônica vai trazer reencenações ao vivo de antigas performances ao vivo à Royal Academy of Art para retomar seus 50 anos de carreira. Além das performances ao vivo e dos registros, encontros e conversas com Marina Abramovic completam a programação.

Novembro

Women in Revolt! 

8/11/23 a 7/4/24 

Tate Britain, Londres

Com obras produzidas entre as décadas de 1970 e 1990 por mais de cem artistas mulheres, a panorâmica apresenta através das artes visuais a luta feminina pela igualdade de direitos no Reino Unido e no mundo, por mudanças legais impactando a vida cotidiana e doméstica das mulheres, e em movimentos como o Rock Against Racism, Punk, Greenham Common e o movimento pela paz, entre outros.

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