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Pílulas de notícias sobre o mercado de arte atual

Entre os assuntos, se destacam o fechamento de galerias em Nova Iorque, o baixo lucro com leilões e o destaque de artistas brasileiros no mercado internacional

por Carolina Reis
Leilão da Sotherbys, via Callie Pecunies.

Para te manter por dentro das principais movimentações no cenário global da arte, reunimos as notícias de mercado mais relevantes das últimas semanas. Acompanhe a seguir as todos esses acontecimentos e seus consequentes impactos para o futuro do setor.

  • Centre Georges Pompidou adquire obra de Sonia Andrade

Seguindo o plano de aproximação com as manifestações artísticas do sul global, o Centro Georges Pompidou, em Paris, na França, comprou uma instalação da carioca Sonia Andrade, pioneira na video performance mundial e que influenciou toda uma geração de artistas contemporâneos. “A obra/O Espetáculo/O Caminho/Os Habitantes” passa a fazer parte do acervo da instituição, e aproxima a arte da vida cotidiana ao organizar materiais coletados por Andrade, como cartões postais, cartas e mapas. A venda aconteceu por meio do programa Don des mais du Centre Pompidou, Cercle International [Doação do Centro Pompidou, Círculo Internacional] e foi intermediada pela Galeria Superfície.

  • Relatório da JP Mei & MA Moses Art Market Consultancy, por Michael Moses e Jianping Mei, revela que os resultados recentes de vendas em leilões são os piores do mercado desde os anos 2000

A Consultoria analisou cerca de 50.000 revendas das mesmas obras de artistas consolidados, como Van Gogh e Monet, nos últimos 24 anos, na Christie’s, Sotheby’s e Phillips, as maiores casas de leilão do mundo. Essa metodologia ajuda a isolar variáveis para uma análise factual dos retornos no mercado. Calculando a taxa de flutuação, os resultados mostraram que essa é a mais baixa já registrada, abaixo de 0,01% – sendo pior ainda do que durante a crise financeira de 2009, quando marcou 0,02%. A mais alta foi 0,13% em 2007.

Para a equipe da JP Mei & MA Moses Art Market Consultancy, essa temporada teve os piores resultados em leilões neste século, seguindo a tendência de queda desde a pandemia de Covid-19.

Moses contou ao ARTNews que não acredita que esses resultados decorrem da avaliação correta das obras de arte pelas casas de leilão, mas sim da quantidade de obras disponíveis no mercado: “Se olharmos historicamente, a quantidade de arte que chega ao mercado cresceu dramaticamente, e o preço médio também, e por isso pode ser que as casas de leilões estejam, em certo sentido, se precificando para além do mercado”.

O relatório da JP Mei & MA Moses Art Market Consultancy estudou ainda a porcentagem de obras vendidas em leilão, revelando que um terço das obras de arte não foram vendidas em 2024, em comparação com 24% no ano passado, marcando a mais alta desde 2006.

Leilão em Londres, 2019, via Britannic Auctions.

  • Leilões em Hong Kong lucram abaixo do esperado

A temporada de leilões em Hong Kong, que objetivou esquentar o mercado asiático em crescimento, decepcionou no fator lucro, encontrando os compradores chineses, mais cautelosos – que arriscam menos, portanto gastam menos –, e arrecadando abaixo do esperado por especialistas no epicentro do mercado asiático.

Estrategicamente, as casas de leilão selecionaram alguns nomes comercialmente confiáveis ​​dos séculos XIX e XX para apresentar em Hong Kong nesta temporada, já prevendo a parcimônia dos colecionadores locais. Uma pintura de Van Gogh, “Les canots amarrés” [As canoas atracadas] foi vendida por preço recorde no continente, mas mesmo assim, teve o preço final 15 milhões abaixo do esperado.

O leiloeiro Adrien Meyer, em Hong Kong, vendendo “Nymphéas”, de Claude Monet, 1897-99. Cortesia da Christie’s.

  • O Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York adquiriu uma obra de Tomie Ohtake para o seu acervo

A obra de 1982, escolhida na galeria paulistana Nara Roesler, é uma pintura em acrílico sobre tela de sua maturidade formal. No período dos anos 1980, ela se dedicava à pesquisa de cores e à fluidez das formas em sua pintura, buscando o equilíbrio entre a intuição e a geometria. O resultado são pinturas com formas geométricas simplificadas, grandes áreas de cor e um rigor formal que refletia a influência do construtivismo.

Além do MoMA, renomados museus internacionais, como o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York, o Tate Modern em Londres e o Mori Art Museum em Tóquio, assim como instituições nacionais, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, também possuem obras da artista em suas coleções.

“Sem Título” (1982), tinta acrílica sobre tela de Tomie Ohtake. Fotografia de Flávio Freire.

  • Galerias fechando em Nova York

Alguns dos grandes galeristas de Nova York, como Betty Cunningham, Washburn Gallery, Marlborough Gallery, Robert Miller, David Lewis, para citar alguns, tiveram que interromper seus trabalhos por motivos financeiros nos últimos anos.

De acordo com o relatório do mercado global feito pela Art Basel, o UBS Art Market Report, as vendas de obras de arte caíram 3% de 2022 para o ano seguinte. O ano que mais registrou fechamentos de galerias em Nova York foi o de 2023, com a falência de galerias como Denny Gallery, JTT Gallery e a Queer Thoughts.

Galeria Lower East Side na Stellar Rays. Fotografia: Kirsten Kilponen.

  • ArtRio recebe público recorde e colecionadores internacionais

O evento mais quente da cena carioca acabou no dia 29 de setembro, depois de receber 60 mil visitantes na Marina da Glória. Um destaque da feira foram as parcerias internacionais, tanto com instituições, como o Pérez Museum de Miami (PAMM), quanto com colecionadores, que vieram dos Estados Unidos, Panamá, Suíça, Espanha, Peru, Dinamarca, França, Bélgica e Itália para visitar as galerias que marcaram presença.

O PAMM não só entrou como parceiro no Programa MIRA, de videoarte, como também comprou 4 obras de artistas expostas na feira logo no primeiro dia do evento. As obras selecionadas que agora fazem parte do acervo da instituição em Miami foram:  “Look Mom, I Can Fly”, pintura de Bruno Lyfe, da Galeria Anita Schwartz; “Miami’s Hamaca III”, arte têxtil de Liene Bosquê, da Janaina Torres Galeria; uma pintura desdobramento da série “Moradismo”, de Alberto Pitta na Galeria Nara Roesler; e “Chorinho no2”, de Dani Cavalier na Galatea.

A 10ª edição do Prêmio FOCO contemplou Carchíris (São Luís/MA), Cris Peres (João Pessoa/PB), Desali (Belo Horizonte/MG), Patfudyda (Rio de Janeiro/RJ) e Xadalu (Alegrete/RS), reforçando a missão da ArtRio em descentralizar o mercado nacional, que também foi percebida na seleção de obras da exposição.

Vista da feira ArtRio, 2024, via divulgação.

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