“Os segredos que moram nas paredes de uma casa são os mesmos que morrem quando morre um corpo”, diz Izabela Feffer no texto de parede da exposição Vozes da Parede: o testemunho do espaço que abre hoje, 23.3, na Oficina Cultural Oswald de Andrade.
A partir, principalmente, de performances realizadas pela artista Paula Halker, a mostra evoca as paredes de um lar não apenas como estrutura, mas como testemunhas.
A pesquisa para a exposição foi desenvolvida ao longo de dois anos, de forma coletiva, por Halker, pela arquiteta Marina Legaspe e por Emilie Becker, compositora musical do projeto.
Cada peça apresentada, entre fotografias, esculturas e vídeos, passou por um processo de construção em performance. São cortinas de látex penduradas como vultos, fotografias impressas em pedaços de parede, esculturas de gesso como vestígios da interação com o corpo da performer, vídeos e sons —os últimos, por sua vez, remetem a uma casa fantasmagórica em ruínas.
Nas performances previstas até o encerramento da mostra, em 12.4, Halker utiliza faixas gessadas de si mesma para criar um duplo de seu corpo. “Entre experienciar o sufocamento pelo gesso e a imobilidade submetida por ele, atravesso a sensação de me tornar o espaço, gerando vestígios que se acumulam ao longo da exposição”, diz.
Vozes da Parede: o testemunho do espaço
Data: 23 de março a 12 de abril de 2022
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Endereço: r. Três Rios, 363 – Bom Retiro
Funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 21h; sábado, das 11h às 18h. Sessões de performance: 25/3, 1/4 e 8/4 (sextas-feiras, 19h); 26/3, 2/4 e 9/4 (sábados, 15h)
Ingresso: grátis (obrigatório a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19)