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Geraldo de Barros pela primeira vez na Suíça

Mostra em Genebra refaz trajetória do artista a partir de seu retorno à arte concreta, no final da década de 1970

por Gabriela Valdanha
Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter
Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter

Geraldo de Barros (1923-1998) é um nome essencial para entender a arte conceitual no Brasil. Antes dos anos 1970, o pintor, fotógrafo e designer já havia, por exemplo, inaugurado a abstração na fotografia brasileira por meio da exposição Fotoformas, que ocorreu em 1951 no Masp. 

No ano seguinte, ele fundou o grupo Ruptura, cujo objetivo era alinhar a arte brasileira à modernização que ocorria no país e que tornou-se um marco da introdução da arte concreta no Brasil.

Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter
Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter

A exposição Geraldo de Barros que abre no próximo dia 22.3, terça-feira, no Musée D’Art Moderne Et Contemporain em Genebra (Mamco Geneve), no entanto, foca a profícua trajetória do artista a partir de um ponto específico: o seu retorno à arte concreta no final da década de 1970, quando abandonou as telas e pincéis para trabalhar com materiais industriais, como a fórmica. A curadoria é de Paul Bernard, com colaboração de Fabiana de Barros e Michel Favre.

A exposição apresenta um conjunto de obras pensado a partir da participação dele na 15ª Bienal de São Paulo (1979). Seu objetivo era encontrar o “objeto-forma”, que não fosse nada além dele mesmo, e democratizar a arte por meio do uso de processos e materiais industriais para produção em grande escala. 

Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter
Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter

A mostra contempla também fotografias da série Fotoformas, e pinturas com estética pop art que, diferentemente da vertente norte-americana, carregavam forte conotação política e social. Visitantes também poderão conferir mobiliários do artista produzidos pela Unilabor e Hobjeto, fábricas concebidas por ele e pautadas na coletividade e na ética — iniciativas que reforçam o caráter social de sua obra.

Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter
Vista da exposição de Geraldo de Barros no Mamco, em Genebra; foto: Annik Wetter

Ao longo de sua trajetória, de Barros participou também do Foto Cine Clube Bandeirante e fundou o grupo Rex, reunindo artistas interessados nas ideias do dadaísmo, da pop art e dos happenings. Seu último trabalho, em 1996, após uma série de derrames, foi a série Sobras, na qual manipulava e reconstruía imagens de negativos. 

Geraldo de Barros

Data: 22 de fevereiro a 19 de junho de 2022 

Local: Mamco Geneve

Funcionamento: terça a sexta, das 12h às 18h; sábado e domingo, das 11h às 18h

Ingresso: 15 CHF (franco suíço)

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