Para você que está em clima de emenda de feriado, aqui vai uma sugestão. “Vjeran Tomic: O Homem-Aranha de Paris”, o recém-lançado documentário na Netflix, relata o roubo de cinco valiosas pinturas do Museu de Arte Moderna de Paris em 2010, contado diretamente pelo autor do crime, Vjeran Tomic. Ao sair do museu com obras de Léger, Picasso, Modigliani e Braque entre os braços, ele realizou o maior roubo de arte da história da França, estimado em mais de 100 milhões de euros. Treze anos depois, o filme traça um arco que parte da biografia de Tomic, percorre e detalha a articulação e execução do furto, até chegar às suas consequências e tempo atual.
Nosso ladrão protagonista era, inicialmente, conhecido pela polícia por invadir apartamentos e roubar joias e dinheiro em espécie de famílias abastadas de Paris. Daí o apelido de Homem-Aranha, atribuído a ele devido sua habilidade em escalar prédios altos – onde, segundo Tomic, se encontravam os apartamentos mais afortunados e menos protegidos. Com o tempo, à medida que as pessoas deixaram de guardar suas fortunas em casa, Tomic passou a enxergar potencial nos quadros que adornavam as paredes desses apartamentos. A essa altura, podemos dizer que o ladrão se transformou em um apaixonado pelas artes. O desenvolvimento de seu olhar cada vez mais apurado para identificar grandes mestres o impulsionou a direcionar esforços para crimes de escala ainda maior, conduzindo-o ao caso que marcou sua história: o do Museu de Arte Moderna.
O desfecho do caso, ainda que não seja spoiler – afinal, foi amplamente noticiado pelo mundo –, pode ser conferido no filme. No entanto, vale ressaltar que o ápice da narrativa não está aí, mas sim na interessante abordagem que apresenta o ladrão como um anti-herói e um cavalheiro respeitado, inclusive, pelos próprios policiais.