Faith Ringgold ganha sua primeira retrospectiva completa em NY

Exposição contempla mais de 50 anos de trabalho da artista, incluindo suas celebradas ‘quilts’, e obras menos conhecidas

por Gabriela Valdanha
4 minuto(s)

É impossível falar de arte norte-americana sem citar o nome de Faith Ringgold. A pintora, escultora, performer, escritora e professora nascida em 1930 no Harlem ganha agora sua primeira retrospectiva completa no New Museum, em Nova York, em cartaz até 5 de junho.

Faith Ringgold, 1993
Faith Ringgold, 1993

Ringgold é professora de arte emérita na Universidade da Califórnia, em San Diego, e já recebeu 23 títulos honoris causa e mais de 80 prêmios. Sua celebrada trajetória artística e acadêmica reflete a história dos Estados Unidos no século 20 mesclada a experiências pessoais de Ringgold, pelas lentes críticas de uma mulher negra, mãe, artista e ativista. 

A exposição começa com as primeiras pinturas de Ringgold, incluindo as séries American People e Black Light. Ela utilizava o que chama de linguagem “super realista” para capturar as divisões de gênero e raça na sociedade americana dos anos 1960.

Black Light Series #11: US America Black, 1969, Faith Ringgold
Black Light Series #11: US America Black, 1969, Faith Ringgold

Três grandes murais da série American People, incluindo #18: The Flag is Bleeding e #20: Die, serão mostrados juntos pela primeira vez em Nova York desde 1984. Eles serão apresentados junto a posters criados por ela para apoiar causas políticas, como os Panteras Negras e a libertação da ativista Angela Davis. 

The American People Series #18: The Flag is Bleeding, 1967, Faith Ringgold
The American People Series #18: The Flag is Bleeding, 1967, Faith Ringgold
Women Free Angela, 1971, Faith Ringgold
Women Free Angela, 1971, Faith Ringgold
Faith Ringgold
O mural For the Women’s House de 1971 criado para a prisão feminina em Rikers Island e comprado recentemente pelo Brooklyn Museum também estará na exposição

As tankas, inspiradas na arte tibetana de emoldurar pinturas com tecidos ricamente adornados que Ringgold passou a fazer no início de 1970, também serão exibidas. Elas, já naquela época, desafiavam o cânone e incorporavam referências não ocidentais, assim como bagunçavam supostas divisões entre arte e artesanato. 

Echoes of Harlem, 1980, Faith Ringgold
Echoes of Harlem, 1980, Faith Ringgold

As tankas, aliás, tem relação direta com suas famosas colchas, estas sendo a continuação daquelas. Ela fez sua primeira quilt, Echoes of Harlem, em 1980 em colaboração com sua mãe, Willi Posey — criando, assim, um método muito particular de pintar, bordar e contar histórias.

As narrativas dispunham tanto de memórias pessoais quanto coletivas e apontavam para questões sociais complexas e transformações culturais, como a Renascença do Harlem e a realidade de Ringgold. É a primeira vez que a série completa The French Collection será apresentada em cerca de 25 anos. Séries importantes como The Bitter Nest e Change também estarão lá.

The French Collection #6 Matisse’s Chapel, 1991, Faith Ringgold
The French Collection #6 Matisse’s Chapel, 1991, Faith Ringgold

A curadoria é de Massimiliano Gioni e Gary Carrion-Murayari com assistência de Madeline Weisburg. O catálogo da exposição, publicado em parceria com a Phaidon, terá textos de curadores, escritores e artistas, entre os quais Diedrick Brackens, Jordan Casteel e Michele Wallace, filha de Ringgold.

Faith Ringgold: American People

Data: até 5 de junho

Local: New Museum

Endereço: 235 Bowery New York, NY

Funcionamento: terça a domingo, das 11h às 18h

Ingresso: $18 dólares (inteira) por aqui

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