Home EditorialArtigos Nancy Holt: a arte no fim do túnel

Nancy Holt: a arte no fim do túnel

Conheça um pouco sobre uma das mulheres pioneiras da Land Art no mundo

por Jamyle Rkain

Quando, em 1973, a artista Nancy Holt foi até deserto de Utah e começou a realizar, ali, os seus famosos Túneis Solares, muitas pessoas indagaram o porquê de colocar uma obra de arte no meio do nada, onde as pessoas deveriam se deslocar durante um bom tempo para ver.

A verdade é a que, nas palavras da própria artista, esses túneis não eram para funcionar como “monumentos”, não eram necessariamente para serem vistos pelos outros, tinham também o intuito de viverem em comunhão com o ambiente em que foram colocados. É essa organicidade de interação com o meio que faria da obra algo humanizado, vivo. É, de certa forma, disto que a Land Art, movimento do qual Holt fez parte, é feito.

Além disso, o que a artista fez com essa obra, um ícone da sua trajetória, é um convite. Ela propõe que o público vá até ela para poder experiencia-la. E só desta forma, indo até o deserto, o público poderá compreender seu significado por completo. Isso porque os Túneis Solares são podem ser entendidos de várias maneiras, não tendo uma posição somente, podendo ser um refúgio envolvente para a percepção dos solstícios, um mapa estelar, ou um instrumento de diálogo entre o universo interior e exterior, ou também funcionar como a proposição para se refletir acerca dos processos cronológicos.

Nancy não buscava um significado estrito, mas que suas intervenções tivessem como consequência a participação e fossem sustentadas por uma convivência, que traria a cada um uma compreensão individual da obra, dependendo, portanto, do tempo e do espaço.

A artista nasceu em Worcester, no estado de Massachusetts, em 5 de abril 1938 e morreu há pouco tempo, em 2014. Em 1960, formou-se em Biologia pela Tufts University. Ela recebeu cinco bolsas National Endowment for the Arts, duas bolsas de New York Creative Artist, uma bolsa Guggenheim e um doutorado honorário do University of South Florida.

Pioneira na Land Art, Holt tomava como indispensável em sua produção a reflexão sobre o meio ambiente e as questões em torno do funcionamento do Planeta Terra. Essa abordagem na arte foi bastante comum entre artistas que assimilaram a mudança conceitual de objetos específicos para uma ênfase no processo lá pelos anos 60 e 70. Desta forma, eles exploraram bastante essa mudança para abordar experiências de espaço e tempo.

Apesar de muito conhecida por suas intervenções da Land Art, o conjunto da obra de Holt incorporou além disso poesia concreta, filme, fotografia, vídeo e obras públicas de grande escala.

Ela compartilhou bastante de suas ideias com um grupo muito importante de colegas, como Joan Jonas, Richard Serra e Robert Smithson, com quem foi casada. Dentro desta geração de artistas, Holt articulou uma abordagem atípica para a Land Art, combinando um senso de escala humana com interferências pós-minimalistas.

Você também pode gostar

© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0

Desenvolvido por heyo.com.br

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support