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Museus comissionam obras aos artistas confinados

Todos isolado, porém unidos. As performances espontâneas e poéticas, que começaram na Itália como ações de empatia coletiva por conta da sensação de solidão e isolamento no primeiro país a…

por Beta Germano
Sanja Iveković
Sanja Iveković

Todos isolado, porém unidos. As performances espontâneas e poéticas, que começaram na Itália como ações de empatia coletiva por conta da sensação de solidão e isolamento no primeiro país a ser afetado pelo coronavírus depois da China,  inspiraram diretores e curadores de museus da Europa a comissionar novas performances que serão apresentadas nas varandas e janelas  de 16 artistas: Maja Smrekar, Babi Badalov, Simnikiwe Buhlungu, Sanja Iveković, Osman Bozkurt, Ola Hassanain, Siniša Labrović, Rogelio López Cuenca & Elo Vega, Daniela Ortiz, Zeyno Pekünlü, Isidoro Valcárcel Medina, Guy Woueté, Akram Zaatari e Paweł Żukowski.

A iniciativa chamada “Artists in Quarantine ” é o primeiro grande esforço não-comercial a surgir desde que os países começaram o confinamento global no mês passado. A investigação foi instigada também pela lembrança uma performance histórica (porém atualíssima): Em Triangle, de 1979, a artista croata Sanja Iveković realizou uma apresentação pública de 18 minutos em sua varanda para protestar contra a visita do presidente comunista Tito a Zagreb, que estava na Iugoslávia. No trabalho provocativo, Iveković leu, bebeu uísque e gesticulou como se estivesse se masturbando até que um oficial de segurança viesse e a ordenasse que voltasse para dentro.

Os artistas em quarentena foram convidados a responder à pergunta: “Esses espaços domésticos ainda têm o potencial de serem subversivos e fazer uma declaração pública, como a varanda de Iveković fez no final dos anos 1970?” 

A artista eslovena Maja Smrekar foi a primeira artista a apresentar seu trabalho em parceria com Urška Lipovž : ela colocou um auto-falante na sua janela tocando o hino de esquerda “The Internationale” que é, segundo a artista, um hino à “mobilidade em tempos de imobilidade”.  Enquanto a música na janela, é possível ver um prédio do governo do outro lado da rua.A ação faz referência a uma cena do filme Amarcord, de Federico Fellini, em 1973, em que um gramofone toca o mesmo hino da torre do sino da igreja da cidade. Situado na Itália na década de 1930, o gramofone é rapidamente abatido por fascistas. 

A artista diz que começou a performance em meados de março, quando o governo esloveno aumentou os salários dos principais funcionários do governo em 30%, enquanto “quaisquer soluções de solidariedade para todo o resto da sociedade civil ainda não foram resolvidas”. O artista planeja continuar a ação diariamente até o final do bloqueio do país.

Suas propostas artísticas serão publicadas on-line duas vezes por semana durante os próximos dois meses, às terças e quintas-feiras nos sites dos seguintes museus: Reina Sofia e MACBA, na Espanha; M HKA, na Bélgica; Moderna Galerija, na Eslovênia; MSN, na Polônia; SALT, na Turquie, Van Abbemuseum, na Holanda.  

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