Depois de inaugurar sua nova galeria em uma casa modernista dos anos 70 na Vila Madalena com uma exposição que questionava o espaço doméstico, íntimo e protegido que vivenciamos durante a pandemia, Bolhas Siderais, Marli Matsumoto apresenta mais uma exposição curada por Juliana Monachesi. Espumas Siderais é, na verdade, uma espécie de continuação da primeira mostra, também curada por Monachesi. Se no primeiro momento ela questiona as possibilidades de sair “da bolha” segura, para os suficientemente privilegiados, agora a intenção é discernir a esfera política e social da catástrofe moderna do mundo que nos cerca.
Uma vez fora da bolha, como agir ou reagir? Espumas invadem a galeria furiosamente: é hora de enfrentar a guerra das formas de vida e dos produtos de informação; a emergência dos sistemas de imunidade; e os futuros possíveis, necessariamente dissidentes, orgânico-metamorfos, compartilhados, telúrico-esferoatmosféricos.
Alguns dos artistas e obras apresentados na primeira mostra também estão presentes nesta nova camada da curadoria, mas rearranjados e ressignificados. Novos nomes e peças entram para ampliar a discussão proposta na primeira coletiva. Vale a visita e a reflexão. Entre os destaques estão os trabalhos de Ana Linnemann , Anna Maria Maiolino, Raphaela Melsohn, Jorge Macchi e Pedro França.