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Fotografia expandida de Rosângela Rennó é esmiuçada em mostra na Pinacoteca

Exposição intitulada “Pequena ecologia da imagem” ficará em cartaz até março de 2022 e traça um panorama importante dos mais de 35 anos de trajetória da artista, trazendo também obras inéditas

por Jamyle Rkain
Rosangela Rennó, Terra de José Ninguém

Pequena ecologia da imagem é uma individual da artista Rosângela Rennó que acontece na Pinacoteca Estação, em São Paulo, de 2 de outubro de 2021 a 7 de março de 2022. A exposição com curadoria de Ana Paula Maia dá uma visão panorâmica da obra da artista nascida em Belo Horizonte. Em mais de 35 anos de carreira, Rennó desenvolveu a ideia de fotografia expandida, um conceito no qual a obra vai além do que seria uma criação de imagens autorais, incluindo processos técnicos e sociais.

Segundo a curadora, “a artista considera a fotografia um pretexto para se questionar os arquivos, as narrativas e as relações de poder que fazem algumas imagens existirem e circularem, enquanto tantas outras permanecem invisíveis e, portanto, esquecidas”. A mostra é dividida em três núcleos temáticos e tem obras como Realismo fantástico (1991); “Série Vermelha (Militares) (2000-3) e Arquivo Universal (1992-). São apresentados também trabalhos recentes da artista, como a instalação Eaux des colonies (2021) e a videoinstalação Terra de José Ninguém (2021).

São mais de cerca de 130 obras entre 1987 e 2021 reunidas na exposição. Na primeira sala, do primeiro eixo, estão presentes trabalhos que falam sobre privacidade dos sujeitos e políticas da memória, sendo algumas obras de início da carreira da artista, que na época fazia uso de arquivos de família, tendo uma produção um tanto autobiográfica, além de autorreferência dos processos e materiais fotográficos. Neste núcleo, está a obra que empresta título à exposição, Pequena Ecologia da Imagem, de 1988, que tem base nos álbuns de fotos que eram tiradas pelo pai da artista. A observação das instâncias públicas é o eixo da segunda sala, que questiona coisas como: “como a imprensa, o estado e as instituições de formação e controle contribuem para processos de subjetivação individuais e coletivos?”.

Análise feita por Rennó sobre efeitos da colonialidade na manutenção de sistemas de controle e violência é ponto de partida para o terceiro e último núcleo, que tem trabalhos que consideram a interseccionalidade entre raça e classe, mas também trabalham essas pautas individualmente. Obra inédita, Eaux des colonies (2020-), está nesta sala. A instalação com frascos de perfume foi realizada durante residência da artista Rennó em Colônia, na Alemanha.

Rosângela Rennó: Pequena ecologia da imagem

Curadoria de Ana Maria Maia
Data: de 02 de outubro de 2021 a 07 de março 2022
Local: Pinacoteca Estação (Largo General Osório, 66 – Luz)
Mais informações e reservas de ingressos pelo site: www.pinacoteca.org.br

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