Em 2011 o Instituto Tomie Ohtake realizou a coletiva “Os 10 Primeiros Anos”, com artistas cujas trajetórias notabilizaram-se a partir do ano 2000. A mostra, com curadoria de Agnaldo Farias e Thiago Mesquita, pretendia apontar recorrências, sintomas e inquietudes comuns aos artistas de destaque no panorama contemporâneo emergente à época. Entre os cerca de 50 participantes, estava a paulistana Mariana Palma (São Paulo, 1979), que retorna agora ao espaço com a exposição Lumina, sua primeira individual em uma instituição cultural na capital paulista.
A retrospectiva, com curadoria de Priscyla Gomes, reúne cerca de 50 trabalhos que repassam os quase vinte anos de carreira da artista, fundamentada, sobretudo, na pintura e no desenho. Segundo a curadora, o conjunto de obras demonstra a recorrência com que a artista se refere à ideia de integração de partes e de superfícies que se tocam e atritam dando forma a um novo corpo.
Segundo a curadora, Lumina, que dá nome à mostra, se refere ao mito de Orfeu, sintetizado no instante em que ele fica cara a cara com Eurídice e a luz dos seus olhos emite um raio em sua direção. (Orfeu foi buscar a amada no mundo dos mortos e conseguiu libertá-la com a promessa de não olhar para trás, mas sucumbiu).
A exposição é organizada como de atos de uma ópera adaptada: o visitante percorre diversos momentos do trabalho de Palma. O percurso pelo espaço expositivo inicia-se com uma série de aquarelas, pinturas e fotografias que corroboram com a mitologia dos amantes. Aos poucos, a narrativa traz, por intermédio de pinturas em grande formato, as idas e vindas dessa trajetória. Para a curadora, o encontro é materializado por uma instalação em que frutos de palmeiras, tal qual duas cascatas, vertem-se em uma bandeja de líquido viscoso.
Mariana Palma: Lumina
Curadoria: Priscyla Gomes
Abertura: 18/02/2020
Visitação: até 05/04/2020; de terça a domingo, 11h-20h
Instituto Tomie Ohtake: Av. Faria Lima 201 – Complexo Aché Cultural (Entrada pela Rua Coropés, 88), São Paulo. Entrada gratuita.