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MAM do Rio reabre com protocolos de segurança rígidos e muitas novas ideias

O museu passa a trabalhar com contribuição voluntária e disponibiliza 38 funcionários para cuidar da limpeza e monitoramento para evitar contaminação do COVID-19

por Beta Germano
Alfredo Volpi

Como já estamos anunciando aqui há alguns dias, alguns museus do mundo já estão se sentindo mais seguros para abrir as portas. Alguns países da Europa começaram o processo com rígidos protocolos de segurança para evitar a contaminação. Em seguida algumas cidades dos EUA também começam, aos poucos, a receber o público como Nova Iorque e Boston. Semana passada a Instituto Casa Roberto Marinho e o Museu do Amanhã deram o start do movimento no Brasil e, a partir de amanhã, os cariocas poderão voltar a frequentar o MAM do Rio que está cheio de programações animadoras com a nova gestão de Fábio Szwarcwald e direção criativa de Keyna Eleison e Pablo Lafuente.

Hilla e Bernd Becher

Visitamos as exposições para contar um pouco para vocês o que vem por aí e para você se preparar para algumas novidades. Para começar, o museu está com um novo novo horário de funcionamento: abre apenas de quinta a domingo. Outra novidade: agora o museu não cobra mais ingresso, pois a proposta é incentivar a contribuição sugerida. “Muitas vezes o preço do passeio é limitador. Não queremos que as pessoas deixem de visitar as exposições por isso. Quem puder contribuir, paga o valor que quiser [ o pagamento pode e deve ser feita online]. Se você não puder pagar, será bem vindo de qualquer forma. Também quero fazer uma lanchonete no térreo e colocar uns pufes e uma biblioteca aberta – a ideia é incentivar a ocupação do museu e o parque e transformar a  visita um passeio do dia inteiro”,  explica Szwarcwald que também busca um novo restaurante para se instalar na instituição que tenha um tíquete médio mais viável e condizente com a realidade econômica do país.

Nelson Leirner
Na entrada de toda sala há uma indicação da capacidade máxima – tudo será controlado por 28 funcionários

Se você está preocupada com a contaminação, fique tranquila. A temperatura de todos será medida na entrada e o museu, que  tem 40 mil metros quadrados, terá a limitação de 200 pessoas em todo o espaço ( o que garante bastante distanciamento). Tudo será monitorado por 28 funcionários e em cada sala de exposição há, ainda, uma placa com o número máximo daquele ambiente, além  indicações sobre a obrigação do distanciamento, uso dos tapetes sanitizantes e máscaras e álcool em gel 70% – que será fornecido gratuitamente ao público. Para a limpeza, aliás, haverá 10 funcionários alertas o tempo inteiro. Ainda está com medo? O museu oferecerá duas modalidades de visitas pré-agendadas, com acesso exclusivo às exposições, antes do horário de abertura – confira como participar no site do MAM RJ.

Ivan Serpa
Bruno Miguel

Para a reabertura, permanecem as exposições já montadas: Wanda Pimentel, Poça/Possa, Alucinações à Beira Mar e Irmãos Campana – 35 Revoluções – mostra que durou apenas um dia por causa do fechamento do museu no dia 16 de março.  Será inaugurada, ainda, a coletiva  Campos Interpostos, curada por Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. Reunindo cerca de 70 obras do acervo do museu carioca, de vertentes variadas, realizadas por mais de 50 artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes gerações,  a coletiva parte da articulação espaço como temática. O MAM Rio abriga cerca de duas centenas de obras que representam fachadas, além de outras que evocam o tema de forma mais conceitual. Campos interpostos apresenta, portanto, desde trabalhos comprometidos com o figurativismo marcado pelo modernismo de 1922, bem como obras construtivistas e abstratas. Espere, portanto, por pinturas, desenhos e gravuras de artistas que, alinhados pela diversidade de suas poéticas, se interessaram pontualmente pela representação de espaços ou de áreas arquitetônicas frontais.

Djanira da Motta e Silva

Quem passar pelo museu poderá, ainda, conferir a escultura e vídeo-instalação Noite de Abertura de Thiago Rocha Pitta, inaugurado no vão do museu no dia 2 de setembro marcando os 2 anos do incêndio do Museu Nacional – o artista inaugura o projeto Programa Intervenções, para o qual artistas visuais são comissionados para criarem projetos para as áreas externas da instituição.Sobre a direção artística comandada por Eleison e Lafuente, já podemos esperar um museu mais integrado com atividades externas, pesquisas, seminários, educativo e exposições dialogando de forma mais íntima. Os curadores também ressaltam a importância de revisitar o acervo do museu para criar diálogos com obras contemporâneas para atualizá-lo e conectar o museu com temas mais atuais. Szwarcwald também tem planos ambiciosos para agitar o museu que começou com a parceria com o Capacete e pode render até uma dobradinha com o aeroporto. Se você precisa esperar meia hora por um voo…porque não dar um pulinho logo ali para ver um pouco de arte e voar mais inspirada?

Irmãos Campana

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