Já se perguntou como foi a infância de alguns dos seus artistas preferidos? Pois para alguns artistas, aquilo que os levou à criar em um primeiro momento ainda é o que os move criativamente hoje.
Todos temos aquela memória que explica muito bem porque gostamos de arte: um passeio especial, as férias que passou em casa pintando, ou aquele dia que rabiscou as paredes da sala e deixou sua mãe enfurecida. A infância nunca larga ninguém.
Por causa disso a curadora alemã Gesine Borcherdt resolveu entrevistar 33 artistas contemporâneos em busca das suas memórias formadoras. A antologia “Dream on Baby” [Sonhe, Bebê] é o resultado dessa pesquisa, reunindo não só os relatos, mas desenhos de arquivos pessoais e fotografias de família inéditas.
Lançado em junho pela editora alemã Hatje Cantz, a antologia reúne o trabalho que a curadora alemã desenvolveu durante anos, selecionando e entrevistando esses artistas, e depois organizando a coletânia de histórias surpreendentes, contudo acabam por nos aproximar da nossa própria infância e lembrar momentos que nos formaram.
Ai Weiwei é um dos artistas entrevistados. Sobre sua infância, ele diz: “Tive uma infância bastante incomum. (…) Mais tarde, percebi que minhas emoções, visão de mundo, espírito rebelde, descontentamento com a realidade e seletividade não podem estar dissociados da minha compreensão de humanidade e humanitarismo que vem desde a minha infância.”