Uma das crises mais preocupantes do mundo contemporâneo é o fluxo humano de pessoas fugindo de guerras políticas ou religiosas ou da miséria. De acordo com a ACNUR , apenas em 2021, foram feitas 29.107 solicitações da condição de refugiado no Brasil – sendo a maioria composta por venezuelanos, sírios e congoleses.
Nosso país foi formado por imigrantes e, não à toa, essa história é contada num interessante museu na Mooca: Museu da Imigração. O local pareceu perfeito, então, para o artista Kobra criar Janelas Abertas para o Mundo – um mural com cerca de 800 m² onde retratou oito refugiados, de diferentes origens, que vivem em São Paulo. O prédio que hoje hoje abriga museu era, originalmente, uma hospedaria que recebia migrantes, muitos deles refugiados, que muitas vezes ficavam em suas janelas observando o movimento da nova cidade.
Ao longo do mural é possivel ver janelas pintadas de onde aparecem Noura Bader, da Palestina; Priscília Mbuku Bazonga, da Líbia; Seema Bashar Hameed Aluqla, do Iraque; Andres Samuel Peralta Guedez, da Venezuela; Mafueni Delfina e Mabanza Victor James Henoe, da Angola; Vijay Bavaskar e Deepali Bavaskar, da Índia. Kobra conversou com cada um dos refugiados para conhecer suas histórias e personalidades e pintou janelas onde cada refugiado aparece mostrando um pouco da sua cultura nas cores vibrantes características da obra do artista.
Em nota oficial, o artista resssaltou a importância do acolhimento. “É preciso abrir as janelas, mas também as portas, os olhos e os corações para acolher essas pessoas que abdicaram de suas pátrias e precisaram, por diversas razões, se deslocar. Que sejam felizes e consigam reconstruir suas vidas no solo brasileiro”, afirmou Kobra em nota. Um dos destaques é a jovem Priscília Mbuku Bazonga, de 12 anos, nascida na Líbia, que aparece de braços abertos na pintura.