O artista que nunca ficou hipnotizado pelas telas de Claude Monet que atire a primeira pedra! Uma artista que entende o francês intimamente é a brasileira Janaina Tschäpe que abre hoje uma exposição no Musée de l’Orangerie composta por uma série de desenhos que remetem aos cadernos de rascunho que Monet guardou de suas observações do lago de Giverny.
A exposição faz parte do programa Contemporary Counterpoint, que propõe um contraponto à série Nenúfares, de Claude Monet. Além dos desenhos, Tschäpe apresentará a videoinstalação Blood, Sea, onde convida o espectador a mergulhar nas múltiplas fontes sonoras que terão a água como principal motor de energia, orientando o movimento e a exploração dos territórios físicos e corporais.
Tschäpe inspira-se na contemplação da natureza, em sua indefinição e em suas metamorfoses. “Para mim pintar significa sentir algo de perto, estar presente de corpo e alma. Jamais consegui explicar a ninguém esse diálogo íntimo com a tela. Minha pintura não vem de fotos, surge de minhas observações, que podem ser observações da natureza, mas também observações da fantasia.”
A artista brasileira se identifica com os processos de Monet e sua relação íntima com a natureza. Mestre na observação das nuances da vida ao ar livre, o francês chegou a revelar que seu único desejo era “uma fusão mais íntima com a natureza” e o único destino que almejava, de acordo com os preceitos de Goethe, era “ter trabalhado e vivido em harmonia com as suas leis”. Deu match!