“Young Picasso in Paris” no Guggenheim

Pablo Picasso chegou pela primeira vez a Paris, vindo de Barcelona, no outono de 1900, durante as últimas semanas da Exposição Universal que incluía seu trabalho no pavilhão espanhol. A cidade da luz, como Paris é conhecida, cativou e transformou o jovem espanhol de dezenove anos. Embora Picasso falasse pouco francês, ele absorveu tudo o que Paris tinha a oferecer durante sua estada inicial de dois meses e durante sua volta em maio do ano seguinte até o final de 1901. Ele frequentou não apenas as galerias de arte, mas também os cafés boêmios, clubes noturnos barulhentos e casas de dança que permeavam seu bairro no topo da colina de Montmartre. Esses locais de encontro social e os diversos tipos de pessoas que os frequentavam, rapidamente se tornaram uma fonte primária de inspiração.Coincidindo com o cinquentenário da morte de Picasso, a exposição “Young Picasso in Paris” explora um momento crítico em seu desenvolvimento artístico e destaca uma obra definidora, Le Moulin de la Galette, que recentemente foi objeto de uma análise de conservação e um projeto de tratamento. A famosa casa de dança havia sido retratada por vanguardistas como Ramon Casas, Pierre-Auguste Renoir, Henri de Toulouse-Lautrec e Vincent van Gogh. Na versão instigante de Picasso, uma seção transversal da sociedade parisiense se mistura sob as luzes elétricas. Esta pintura e outras, demonstram a fascinação do jovem artista pelos aspectos não convencionais da vida moderna. O trabalho inicial de Picasso antecipa o desenraizamento social que ele traz à tona com mais clareza em seu subsequente Blue Period (1901-04) através de representações dos explorados e vulneráveis. Esta exposição íntima inclui um pequeno grupo de pinturas e desenhos que mostram os exercícios de estudo de personagens de Picasso e demonstram sua evolução durante este período formativo. À beira do precipício em 1900, o artista eventualmente superou sua formação acadêmica para criar uma prática singular reflexiva de seu tempo.