Em Abre o jogo, 9ª exposição individual de Raul Mourão na galeria carioca, o artista ocupa as duas salas expositivas do prédio para apresentar mais de 70 obras, entre trabalhos recentes e antigos. O recorte ganhou texto de Luísa Duarte, que diz: “Ao reunir um conjunto vasto da sua produção com vias a estabelecer novos diálogos e ao refazer situações que vemos no ateliê, como por exemplo a mesa povoada por vários pequenos trabalhos, Mourão reafirma um dos métodos mais caros ao seu programa poético, aquele que pensa cada obra não como uma unidade isolada, mas sempre em relação com as demais. Não parece forçado pensar que essa forma de conceber o seu fazer artístico se expande para uma atuação na cena cultural que está sempre ativando colaborações.” Inspirado pela paisagem urbana, Raul Mourão cria esculturas, pinturas, fotografias, vídeos, instalações e performances desde o final da década de 1980. Construídas com diversos materiais, suas obras transitam entre dois campos opostos: o ficcional e o documental. Mourão ingressa na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage em meados dos anos 1980. À época, o artista faz os primeiros registros fotográficos de um elemento urbano que seria mote de sua pesquisa nas décadas seguintes: as grades usadas para proteção, segurança e isolamento em ruas do Rio de Janeiro. Nos anos 2000, sua pesquisa toma novo caminho, o das esculturas cinéticas. As obras são exibidas em exposições individuais em instituições como o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e o Bronx Museum, em Nova York, além de galerias em São Paulo, Rio e Salvador. Os trabalhos também integram coletivas no Canadá, em Portugal, nos Estados Unidos e na Inglaterra. O trabalho de Raul Mourão transporta para a arte contemporânea soluções estéticas presentes no vocabulário concreto e neoconcreto, além de se apropriar de ícones da cultura brasileira como o futebol e a própria bandeira nacional em obras que privilegiam a forma. Dentre seus trabalhos mais emblemáticos, esculturas em aço córten de dimensões variadas jogam com o equilíbrio e o movimento de elementos geométricos vazados. Estáticas, as peças somente passam ao balanço pendular pelo toque do observador.
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