Numa reflexão sobre seu processo de criação, Luiz Zerbini afirma que “viver é ruminar paisagens”. Com este mote, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro apresenta a primeira grande retrospectiva do artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira. Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que acontece de 19 de junho a 2 de setembro de 2024, ocupa todo o primeiro andar do CCBB, oferecendo ao público um momento único para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário artístico nacional e internacional.
Nesta retrospectiva, sob a curadoria de Clarissa Diniz, os visitantes terão a oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados de forma involuntária. Com 140 obras, algumas delas nunca exibidas, incluindo uma instalação criada especialmente para o CCBB, divididas em cinco núcleos temáticos, os visitantes serão conduzidos por uma viagem visual que perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua carreira.
A mostra destaca a centralidade da paisagem na prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas, refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias, instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando, digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências, signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”, comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, que produz obras como objetos, instalações, performances, além de shows e CDs.
Após o CCBB Rio de Janeiro, a exposição segue para o CCBB Brasília. O patrocínio é do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
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