A exposição O Canto dos Sapos marca a quarta exposição individual do artista Pablo Accinelli, apresentando sete obras, incluindo esculturas e desenhos, que dialogam com suas mostras anteriores, Entes y serpientes (2022) e El canto de los pájaros (2023). A trajetória de Accinelli é caracterizada por uma exploração constante da linguagem e suas possibilidades na ampliação de objetos e conceitos cotidianos. Sua prática desafia os limites entre a certeza e a dúvida, tornando difícil determinar se suas obras são apenas o que aparentam ser. A exposição apresenta um conjunto de obras que delineia um jogo de possibilidades, desde o título da mostra até a forma como os objetos se situam no espaço expositivo, buscando ampliar a camada subjetiva que permeia os dados objetivos. O título da exposição adquire novos significados no contexto brasileiro, sugerindo múltiplas interpretações. A palavra “canto” remete ao coaxar dos sapos, mas também pode se referir ao espaço entre duas paredes ou ao próprio lugar onde se vive. O sapo, por sua vez, simboliza histórias de feitiço, veneno, sorte e azar. A expressão argentina “hacer sapito”, que significa jogar uma pedra na água para fazê-la saltar repetidamente, amplia ainda mais o significado do sapo. O artista observa que quando não falamos de algo em particular, estamos falando de tudo, e é nesse sentido que seu trabalho se expande, invadindo o contexto com elasticidade. Alguns trabalhos da exposição são resultados de um processo contínuo de experimentação, envolvendo o uso repetido de símbolos, materiais e conceitos. Um exemplo é a obra Duración interna (2023), na qual paredes brancas interpostas e sustentadas por cabos de vassoura criam novos espaços dentro da sala. A divisão do espaço traz consigo outros ambientes possíveis, cuja duração é definida pelo caminho dos cabos de vassoura. Para Accinelli, a ideia de rastro é central, ao evocar uma duração de tempo que estabelece materialidade. Objetos cotidianos, como clipes de papel, criam um trajeto de pegadas labirínticas, e chaves sobrepostas a sacos de carvão podem se transformar em faíscas refletoras. Não há um único sentido possível, e o tempo não se limita ao cronológico, mas também abrange o tempo da memória. A exposição também apresenta obras que incorporam o contexto específico, como Entes. Línea amarela. São Paulo (2023), que se baseia principalmente na experiência paulistana. A réplica de uma cadeira de metrô e sua inserção na estrutura da sala permitem que o espectador reconheça, perceba, vivencie e recorde, dependendo de sua própria história e memória.
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