A Galeria Carmo Johnson Projects apresenta a primeira exposição individual da artista Naine Terena, “O começo de tudo”, que será inaugurada no sábado, 17/08, em seu espaço no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo.
“O começo de tudo” conta com um sensível ensaio curatorial escrito por Luciara Ribeiro, educadora, pesquisadora e curadora, que destaca: “Naine Terena tem contribuído de forma significativa para as áreas de curadoria, crítica de arte, educação e gestão pública cultural-educacional. A exposição Véxoa, curada por Terena e exibida em 2020 na Pinacoteca de São Paulo, tornou-se um marco na história das artes nacionais, sendo reconhecida como uma das principais mostras recentes das produções indígenas contemporâneas. Diferente de Véxoa, em ‘O começo de tudo’, pela primeira vez, a sala expositiva será ocupada exclusivamente pelas criações artísticas de Naine.”
A exposição nos permite conhecer o início da trajetória artística de Naine Terena, que começou na década de 1990 com artes manuais e cênicas. Suas obras estão organizadas em núcleos como “Os outros”, “Eu sou uma árvore”, “Admirável mundo novo” e “Antes o mundo não existia”, com expografia que reflete sua experiência teatral e seu trabalho com têxteis.
Na série “Máscaras” (2024), Naine utiliza elementos da tecelagem para criar obras que materializam “os outros” — entidades que habitam o mesmo tempo e espaço, mas que muitas vezes passam despercebidas. Seu trançado têxtil rompe com a rigidez usual, incorporando materiais descartados e refletindo o desprezo da sociedade atual pela terra. Em “Vovó” (2024), a artista explora a conexão entre os ciclos do tempo e a sabedoria ancestral, criando uma figura simbólica entrelaçada por fitas que representa tanto a elevação quanto o enraizamento no chão.
A série “Eu sou uma árvore” é uma experimentação que conecta a humanidade ao mundo animal, vegetal e cosmológico. Naine recorda que, em 2020, ao fotografar uma de suas plantas, percebeu um pequeno sorriso na imagem, o que inspirou o pensamento: “Eu sou uma árvore!”.
O conjunto “Admirável mundo novo”, ou “um boot necessário”, consiste em sete latas de atum que contêm imagens geradas por inteligência artificial, refletindo temas como tokenismo, racismo ambiental e empobrecimento, questionando se é hora de um reboot necessário.
Por fim, a série de vídeos “Antes o mundo não existia” faz referência às cosmologias indígenas, explorando a criação do mundo sob essa perspectiva e suas relações com o presente e o futuro. As imagens de cacas de coco simbolizam constelações e mudanças climáticas, abordando o equilíbrio do mundo de antes e as rupturas do mundo de hoje.
Em “O começo de tudo”, a exposição convida a refletir sobre nossas existências individuais e coletivas, os saberes preservados e as paisagens que nos cercam, questionando os paradoxos e mistérios de um mundo em constante movimento, e colocando a racionalidade em diálogo com cosmologias e contranarrativas.
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