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“O Circo Chegou!” no Museu do Pontal
8 outubro, 2022 - 10:00 - 1 março, 2023 - 18:00
Marcando o aniversário de 1 ano do Museu do Pontal em sua nova sede, a exposição “O Circo Chegou!”, com curadoria dos diretores do Museu do Pontal, Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, reúne cerca de 70 conjuntos de peças em torno da obra cinética “O circo”, do artista Adalton Fernandes Lopes (Niterói, 1938-2005), com mais de 100 personagens que se movimentam. Com mais de cem personagens, a obra é uma engenhoca de fabricação manual que usa diversos materiais reciclados e, muitas vezes, adapta peças e engrenagens, inventando sistemas para fazer movimentar figuras articuladas – palhaços, trapezistas, encantadores de serpentes, equilibristas, mágicos, músicos e dançarinos. Como ocorre no mundo poético da arte popular brasileira, essas máquinas são únicas, e trazem as marcas do pensamento criativo de seus autores. Em torno dela, estão reunidos trabalhos do acervo do museu de artistas como Antônio de Oliveira (Minas Gerais), Mestre Vitalino (Pernambuco), Ciça (Ceará), Claudio Henrique (Alagoas), Severino Vitalino (Pernambuco), Socorro Rodrigues (Pernambuco), Manoel Eudócio (Pernambuco), Mestre Abel (Maranhão), Vavan (Alagoas) e João das Alagoas. Vindas de coleções convidadas do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, do SESC São Paulo e do Itaú Cultural, figuram também obras de Adauto Alves Pequeno (Rio de Janeiro), Henrique Huesca Hidalgo(São Paulo), Maria Cândido Monteiro (Ceará), Molina (São Paulo), Rita Huesca Hidalgo (São Paulo) e Véio (Sergipe). Dialogando com essas peças, fotografias sobre o universo circense completam a exposição, clicadas por grandes nomes históricos e contemporâneos como Cafi (Pernambuco), Celso Brandão (Alagoas), Claudio Edinger (Rio de Janeiro), Luiz Braga (Pará), Luiz Hossaka (São Paulo), Márcio Vasconcelos (São Paulo), Pierre Verger (França), Ratão Diniz (Rio de Janeiro e Walter Firmo (Rio de Janeiro), vindas do Instituto Bardi, Fundação Pierre Verger, Instituto Moreira Salles, Coleção Marta e Paulo Kuczynski e de acervos dos artistas. Inspirada pelo caráter nômade, que leva o circo a transitar por diferentes culturas, assumindo múltiplas identidades, a exposição reunirá ainda fotografias e filmes que abordam tanto o circo tradicional, de origem europeia, quanto os circos contemporâneos, bem como a comicidade presente nas festas populares, com seus palhaços fanfarrões, divertidos e animados, figuras típicas da folia de reis mineiras, dos reisados pernambucanos, dos guerreiros de Alagoas, do bate-bola carioca e do bumba-meu boi do Maranhão. O circo, de forte apelo lúdico, simboliza a complexidade e beleza da arte popular brasileira. Nos pequenos circos interioranos, o conhecimento sofisticado e invulgar se aprende de maneira autodidata, diluindo as fronteiras entre arte, sobrevivência e aventura. Para o curador e diretor do Museu do Pontal, Lucas Van de Beuque, “A exposição foi desenvolvida pensando o acervo em conexão com o universo vivo e pujante do circo e das culturas populares”.