As regiões da África central e ocidental estão conectadas ao Brasil por séculos de circuitos transatlânticos. Navios de violência adentraram mares até os nossos litorais. Mas também outros navios, que nos permitem mergulhar por histórias alternativas e criar novos significados para as centenas de objetos do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP) apresentados nesta exposição.
Máscaras, tecidos, joias, estatuetas, de diferentes culturas africanas, foram adquiridas por meio de doações ou compras encomendadas a partir da década de 1960, quando os movimentos de independência política das ex-colônias em África se consolidavam. Uma coleção fruto de um tempo e espaço que expressa os fluxos de pessoas, objetos e conhecimentos estabelecidos no sul global. O então professor do MAE, Marianno Carneiro da Cunha (1926-1980), foi uma figura chave no projeto institucional e científico de construção da coleção.
Caixas aguardando em um porto do litoral africano na década de 1970, tornam-se caixas abertas na Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp para serem transformadas e ressignificadas. São expostas igualmente as artes no Brasil constituídas, entendendo a coleção não como africana, mas sim, afro-atlântica. As obras de artistas contemporâneos aqui incluídas, além disso, indicam que uma coleção não é fixa e pode ser recomposta para apontar outros navios à vista.
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