Como parte do calendário festivo dos 470 anos da cidade de São Paulo, o Centro Cultural São Paulo inaugura a exposição João Cândido na praça: Arte Afro-brasileira e a Feira da República, com curadoria da historiadora de arte Luciara Ribeiro.
Numa homenagem à importante trajetória do pintor e escultor João Cândido para as artes afro-brasileiras e a história cultural da cidade, a mostra apresenta aspectos da vida e obra do artista por meio de relações com a Feira da República. Além da Praça da República ser um importante marco histórico e reconhecido cartão postal da cidade, ela acolhe há mais de 80 anos a dominical Feira que reúne diversos artistas e pequenos comerciantes que ocupam seu espaço como território de convivência, emancipação financeira e de direito à cidade.
Uma das feiras mais antigas da cidade, surgiu em meados da década de 1940, e a partir dos anos de 1960 passou a ser ponto de encontro de artistas da cidade, principalmente aqueles que não encontravam entradas no reduto artístico institucional da época, como foi o caso dos afro-brasileiros. João Candido e a sua família, a conhecida Família Silva, integram as primeiras gerações de artistas na Praça, junto com personalidades como membros da Família Trindade, em especial Solano Trindade e Raquel Trindade; Família Zequetto, Sidney Lisara, Eugênio (Vovô), Deodato, Adolfo Lira, Chico Rosa, Quirino, entre outros.
Em seus quase 91 anos de idade, João Cândido mantém um impressionante acervo artístico e documental, com itens que contemplam suas obras, fotografias familiares, escritos autorais e de amigos, periódicos, certificados, etc. A exposição foi organizada a partir de longas pesquisas no acervo do artista, estabelecendo conexões com os estudos históricos, artísticos e patrimoniais da cidade de São Paulo.
A exposição conta com mais de 60 objetos expostos, num convite para traçar conexões entre passado, presente e futuro, honrando a presença de artistas afro-brasileiros na formação e identidade cultural da cidade.
A equipe foi formada por profissionais externos ao Centro Cultural São Paulo e contou com o projeto arquitetônico de Aline Arroyo, identidade visual de Edson Ikê, digitalização e tratamento de imagem de Cassimano Nanau, gravação e edição de vídeo de Tally Campos Salva, tradução para libras de Viic Oliveira, produção executiva da Avangi Cultural – com coordenação geral de Amanda Alves Prado e assistência de Juliana Rodrigues e Denise Oliveira -, e apoio contínuo de Luanda Silva, filha caçula de João Cândido.
O projeto foi contemplado pelo Edital de Apoio a Projetos Culturais de Múltiplas Linguagens – 2a edição para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura e fomentado pelo Programa Funarte Retomada 2023 – Artes Visuais.
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