Ana Sant’anna, “Retidão”, 2025. Crédito: Divulgação
Em diálogo sensível e silencioso, as obras de Ana Sant’Anna e Anália Moraes se encontram num território tênue, entre o que se preserva, e o que se transforma, a partir de 10 de maio, na Galeria Marilia Razuk. Seus gestos artísticos, ainda que distintos, partem de um mesmo impulso essencial: a contemplação íntima do mundo natural e a escuta atenta do tempo em suas formas mais sutis.
Para Ana Sant’Anna, pintar é um gesto de suspensão do tempo. Suas telas evocam a delicadeza da efemeridade, a espuma de uma onda, o aparecimento de uma estrela, o resíduo de uma paisagem ao entardecer. Sua pintura, precisa e silenciosa como a caligrafia de seus cadernos de anotações, é uma tentativa poética de deter o tempo, como quem caminha até a praia apenas para ver o mar.
Já na cerâmica de Anália Moraes, o tempo é matéria e processo. Suas peças atravessam estados, do sólido ao líquido, do mineral ao vidrado, em transformações químicas que ressoam com o movimento incessante das marés. Seus materiais, colhidos em praias e rios, parecem carregar a memória geológica do mundo, mas também algo efêmero, como um vidro que se dissolve.
Segundo o curador Jacopo Crivelli Visconti, o que une essas duas práticas é menos uma afinidade formal e mais uma vibração compartilhada, um modo de estar no mundo. Um olhar apurado para algo que entre definições, de estado, de tempo. Como diz o próprio curador da exposição, Jacopo Crivelli Visconti: “Esta exposição é um pouco assim: um hiato, o tempo suspenso, e ao mesmo tempo o fluir incessante do tempo.”
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